Paula

Paula, a pequenina, a humilde. Um nome de significado singelo que guarda muito na sua história escrita nas areias dos desertos do início da cristandade.

Se estão familiarizados com a história da Bíblia, saberão que São Paulo foi contemporâneo de Jesus Cristo e começou por ser um opositor à religião cristã. Mais tarde, convertido por via de um milagre, começou a pregar a palavra divina pela terra, mudando o seu nome Saulo para Paulo. A mudança de nome simbolizava um recomeço. E Paulo era um nome de origem latina que significava o humilde. E toda esta história encerra uma moral interessante.

Da sua popularização, houve espaço para o começo da utilização de Paula, no feminino. E Paula é um nome que está connosco há vários séculos, mas viveu discretamente na História, não se destacando nenhuma figura particularmente importante que nos recorde da sua utilização.

Inclusive, se olharmos para os dados que nos são fornecidos pela SPIE em Portugal, vemos claramente que Paula foi um nome que cresceu muitíssimo nos anos 60, conquistando tops e desbravando os conceitos de clássico. Para terem uma noção, em 1955 nasceram 55 Paulas em Portugal e em 1971 nasceram 3941! Contudo, como qualquer nome que se populariza rapidamente e não tem sustendo clássico por detrás, o uso de Paula foi-se esvaído ao longo dos anos e hoje em dia é substancialmente menos utilizado. Ainda assim, a febre das Paulas foi tanta que ainda hoje temos os resquícios dessa moda que fez vir ao mundo tantas Ana Paulas em Portugal. Paula já está longe de ser considerado um nome moderno mas em 2014 foram registadas 27 (mais 26 compostos, entre os quais Paula Ariana), em 2015 foram registadas 20 e em 2016 13. Quiçá, no final de contas, Paula possa mesmo ser considerado um nome clássico (deixo à discussão).

Os dados que nos chegam do Brasil, dão-nos conta de um número fantástico: 220 mil registos deste nome entre 1930 e 2000, com um pico de popularidade mais tardio: na década de 80, onde se pressupõem ter nascido cerca de 80 mil crianças com este nome!

Mas o interessante, é que atualmente Paula é um nome de grande contraste entre Portugal e Brasil: esquecido para os portugueses, mas apreciado pelos brasileiros! Também muito na sua versão italiana Paola. Em 2015 nasceram em São Paulo 154 meninas com a versão portuguesa e 323 com a versão italiana, em 2016 nasceram 110 Paulas e 285 Paolas. Embora não estejam entre os nomes mais utilizados do país, é difícil ficar indiferente ao percurso de Paula ao longo dos anos e do estatuto de nome moderno e jovial que adquiriu!

Paula é um nome contemporâneo em muitos países do mundo, particularmente em Espanha e na Croácia onde figura no top 10 de cada um destes países. Em Portugal temos a figura incontornável da pintora Paula Rego e no Brasil, a cantora Paula Fernandes.

Fontes Consultadas:

ARPEN/SP, Behind the Name, IBGE, IRN e SPIE