sábado, 30 de maio de 2015

Francisco


Francisco está no coração dos portugueses (ponto). É uma preferência inegável, constatando-se a presença no top 10 dos nomes masculinos mais utilizados no país na década de 20, 30, 40, 50 e, depois de uma queda subtil de popularidade entre a década de 60 e 90, Francisco volta em força no abrir do século XXI. 

O nome surge pela primeira vez no século XIII, com São Francisco de Assis. Seu pai, acérrimo admirador do povo francês, decidiu a determinada altura mudar o nome do filho, que originalmente se chamava Giovanni, para Francisco, que significa “aquele que vem da França” ou “francês livre”. Francisco vem do latim Franciscus, o qual aparenta ser a aglutinação do germânico Frank (Franco) com o sufixo isk, que atribui a qualidade de nacionalidade.

Francisco de Assis abdicou de uma vida provida de riqueza monetária para se dedicar aos pobres e ao cuidado e apreciação dos animais e da natureza, praticando os valores da entrega ao outro, da pobreza e da humildade, sempre na lógica da pregação do Evangelho. Fundou a Ordem dos Franciscanos, ainda existente nos nossos dias. Jorge Mario Bergoglio, inspirado nos valores difundidos por este santo, adotou Francisco como seu nome papal, tornando-se no Papa Francisco I. Estou piamente convicta de que a tradição religiosa dos portugueses e a chegada deste Papa revolucionário em 2013 propulsionou o número de registos de Francisco a partir desse ano, sendo que em 2012 Francisco ocupava o 8º lugar do ranking e em 2013 saltou para o 4º lugar.

Em 2014, esta tendência aumentou, tendo sido registados 1718 pequenos rebentos denominados Francisco (3º lugar), uma subida histórica nunca antes registada em Portugal. No Estado de São Paulo, em 2014, a utilização de Francisco é menos pronunciada, ocupando a 70ª posição. Em 2015, o cenário mantém-se sendo que em Portugal o nome é alvo de 1718 registos como primeiro nome, desconhecendo-se até hoje o número de compostos registados. Em Brasil, no mesmo ano, foram registados 679 meninos assim chamados no Estado de São Paulo, o que nos diz que o nome já começa a ser acarinhado pelos brasileiros, mas a sua utilização ainda não assume os contornos super-populares dos portugueses.

Uma vez que é um nome tão querido e popular, deixo aqui, a título de curiosidade uma lista dos 10 compostos mais registados em Portugal, em 2014, com Francisco em primeiro e em segundo lugar (por ordem alfabética):

Francisco António
Francisco Dinis

Francisco Duarte
Francisco Filipe
Francisco João
Francisco José
Francisco Luís
Francisco Manuel
Francisco Maria
Francisco Miguel


Diogo Francisco

Gabriel Francisco
João Francisco

José Francisco
Luís Francisco
Manuel Francisco
Miguel Francisco
Pedro Francisco
Tiago Francisco
Tomás Francisco

Francisco continua a ser uma escolha segura, um nome imponente e bonito, facilmente conjugado com outros nomes. Francisco foi um nome utilizado no passado pela classe aristocrática (Rei Francisco de França, por exemplo), sendo também o nome próprio de Goya (pintor espanhol), Franco (ditador espanhol), Bacon (cientista e filósofo), Pizarro (conquistador espanhol), Sá-Carneiro (ex-primeiro-ministro português), de Chico Buarque (artista brasileiro) e Francisco Marto (um dos três pastorinhos).

Joana Recharte.

Retirando a lente da popularidade, qual a vossa opinião sobre Francisco?

Fontes consultadas:
Nomes e Mais Nomes, Behind the Name, NameBerry, SPIE, Diário de Notícias, IRN, ARPEN/SP, Baby Center Brasil.

Atlanta - Convidado do Dia




A convidada de hoje, traz-nos um nome que nos lembra aquele que nos separa, o nosso oceano. A Ana Clara R. Benício fala-nos de Atlanta:

Eu simplesmente amo o nome Atlanta. Tem um ar místico. É um exótico, ''gelado'', ''mágico'', fantástico e maravilhoso nome mitológico. Qualquer pessoa com este nome tem um ar de mistério em torno dela.

A partir do nome da cidade no estado americano da Geórgia, é originalmente uma forma curta de Atlântida, que é em última análise, a partir do nome do Oceano Atlântico (ele próprio, o genitivo de Atlas). Atlas (rolamento, tolerância, força), é o nome de um Titã mitológico que foi feito para apoiar os céus sobre os ombros.

Ele também pode ser considerado uma forma contraída de Atalanta.

Atalanta a partir do grego Αταλαντη (Atalante) que significa "igual em peso", derivado de αταλαντος (atalantos), uma palavra relacionada com ταλαντον (talanton) que significa "uma escala, um equilíbrio". 

Na lenda grega, Atalanta era uma donzela de pés rápidos que se recusou a casar com alguém que não podia vencê-la em uma corrida. Ela acabou sendo derrotada por Hippomenes, que jogou três maçãs de ouro durante uma corrida fazendo-a parar para buscá-las.

Atalanta é uma das Abantíades, ora ligada aos mitos da Arcádia ora às lendas da Beócia. Sua filiação é controvertida: é tida como filha de Íaso, ou de Mênalo, ou ainda de Esqueneu. 

Como seu pai queria apenas filhos homens, Atalanta foi abandonada no monte Partênio logo após o nascimento, tendo sido alimentada por uma ursa e depois recolhida e criada por caçadores. Tornou-se também caçadora, protegida por Ártemis. Muito ágil, era tão rápida "que poderia competir com os deuses Hermes e Íris" os deuses mais rápidos.

Atlanta é um nome muito raro, nunca esteve entre os 1000 mais populares nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, Geórgia e Savannah já são populares, mas Atlanta entra apenas em listas, mapas e dicionários de nomes para bebês. 

Apelidos: 

Lani, Lant, Lanta, Lanty, Atlant.

Cultura popular:
  • Atlanta é a capital da Geórgia, EUA;
  • Atlanta é uma personagem no programa de TV infantil: Academia de Titãs;
  • Atlanta é a personagem principal do livro ''Quiver'' de Stephanie Spinner baseado na lenda mítica;
  • Na mitologia: a caçadora virgem, sem vontade de se casar, e amada pelo herói Meleager, possivelmente filha de Íaso, Mênalo, ou ainda de Esqueneu. Da Beócia, ou uma princesa arcadiana, abandonada por não ser um menino. 
Pessoas famosas:
  • Atlanta de Cadenet-Taylor (1992-), socialite britânica/modelo.
  • Atlanta de la Mare, realeza francesa.
Atlanta é lindo, original e ousado. Está no topo da minha lista de ''guilty pleasures''! 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Arabela



Tão bem tratado à luz das artes, o nome Arabela tem sido figura de destaque na poesia e na literatura anglófona ao longo dos séculos com os contributos de Alexander Pope (in O Rapto da Madeixa) e Rafael Sabatini (in Captain Blood), obras onde foi retratada como uma mulher carismática, cheia de energia e fiel aos seus ideais. Richard Strauss dedicou-lhe uma ópera (Arabella, 1933), e George Heyer (1949) um romance. Mais recentemente, J.K. Rowling incluiu uma Arabella na tão afamada saga Harry Potter.

Arabela foi um nome muito utilizado na Idade Média na Escócia e, mais tarde, nos séculos XV e XVI em Inglaterra. Parece derivar de Orabilis, que significa exorável, alguém que pode ser demovido com súplicas, que é amável e benevolente. É, também, uma provável variante de Annabel, uma variante da palavra latina Amabel, que significa amável.



Foi utilizado comumente pela aristocracia inglesa no século XVIII, destacando-se a figura influente e admirada de Arabella Stuart (1575-1615), descendente de Henrique VII e segunda na linha de sucessão de Elizabeth I. Mais tarde, surge no palco aristocrático Arabella Churchill, que se tornou muito próxima de Jaime I, está ligada à origem de famílias influentes como os Churchills e a família da Lady Diana Spencer (mais conhecida como a querida Princesa Diana).


Arabella tem vindo a subir substancialmente no Ranking Britânico ao longo dos últimos anos, não tendo entrado ainda no TOP 100 (em 2013 estava em 157º). Em Portugal e no Brasil, tem-se mantido tímido ao longo dos anos. Com a efusão brasileira de Manuela, Isabela e Gabriela será que temos no horizonte uma Arabela a chegar como alternativa? Portugal nunca foi o maior fã de nomes com terminação em –ela, mas sem dúvida, este nome pauta pela originalidade em confronto com outras terminações tão usadas como –ana ou –ina.

Durante todo o século XX, foi praticamente inexistente nos nossos países e ainda hoje é absolutamente raro, mas não perde a beleza por esta exclusividade. É um nome que me agrada muito, acho muito distinto e tem uma veia aristocrática muito apelativa. Em Portugal, em 2013 e em 2014 não foi registada nenhuma menina assim chamada, mas em 2015, para brilho dos meus olhos lá estava a lista do IRN com um registo de uma pequena Arabela! Do outro lado do Atlântico, no mesmo ano, também uma família de São Paulo escolheu este nome para a sua menina! Maravilhoso!

Esta é a minha ideia de Arabela: um nome cheio de jovialidade, energia e boa disposição. Um nome… divertido, pertencente a uma menina que sem dúvida seria inesquecível! Como diminutivos destacam-se Ara (acho muito bonito), Ari e Bela.

Joana Recharte.

Que dizem? Parece-vos bem?

Fontes Consultadas:
Behind the Name, Nameberry, Wikipedia, SPIE, IRN, Diário de Notícias, ARPEN/SP

José


José. Um nome para mim ligado a religião. Significa “aquele que acrescenta”, “acréscimo do Senhor” ou “Deus multiplica”.

Um nome com apenas quatro letrinhas, com tão grande significado. Um nome intemporal e internacional, popular tanto em Portugal como no Brasil que vai de pessoas idosas a bebés . Fica bem tanto no feminino, como no masculino, como é o caso de: Maria José (feminino) ou José Maria (masculino).

O nome José tem origem no hebraico Yosef, que quer dizer “Ele acrescentará”, referindo-se a Deus.


É nome de três personagens da Bíblia: José do Egipto. Os outros dois personagens com o mesmo nome são citados no Novo Testamento, um é apresentado como José de Nazaré, esposo de Maria e pai de Jesus, mais tarde reverenciado São José, declarado em 1870 pelo papa Pio IX como o patrono da igreja universal. O outro era José de Arimatéia, um dos discípulos de Jesus.

Além de São José, o pai de Jesus, este é o nome de mais 35 santos. 

Carla Jesus.

O que pensam acerca de José?

Morgana - Convidado do Dia


O texto de hoje é nos escrito por uma participante firme do nosso grupo e contemporânea do seu início: Ana Carolina. Hoje escreve-nos sobre o seu "queridinho" Morgana:


Escolhi estrear a minha participação no blog com uma das minhas grandes paixões onomásticas: Morgana! Este nome cheio de presença, nobreza, força interna e encantamento – que, algum dia, caso tudo corra bem, tenciono dar a uma pequena fada que venha a ter como filha – enche-me os olhos, os ouvidos e o coração!

Embora a alguns possa parecer carregar uma aura bastante contemporânea, trata-se de um nome deveras antigo, associado a criações literárias produzidas durante o período medieval – cuja fonte de inspiração consistiu nas histórias da lenda do Rei Artur, todo o seu imaginário cavaleiresco e na tradição celta e pagã. Aparentemente, não há quaisquer evidências históricas de seu uso como nome por pessoas reais antes de 1600. 

Do galês Morcant ("mar circular"; "rodeado de mar"), que também dá origem à popular variante unissex Morgan entre os anglófonos, Morgana parece ter tomado forma, como personagem lendária, a partir do século XII, pelos cantos e declamações dos menestréis da Bretanha e de Gales. 

Etimologicamente, algumas fontes atentam, ainda, para o gaélico Muirgen e seu significado "mulher que veio do mar", ou mesmo para "mar belo". Tal origem aquática denota seu vínculo com as águas sagradas, de natureza espiritual, da Ilha Encantada, chamada Avalon – aquelas onde a vida se inicia e dão acesso ao "outro mundo". No folclore bretão, ela é uma ninfa; nas lendas e tradições galesas, que correspondem às primeiras narrativas, é a divindade aquática Modron, filha de Avallach, rei da mencionada Ilha. 

Originalmente, Morgana, conhecida pelo epíteto Morgana Le Fay, a Fada, era associada à deusa irlandesa Macha ou à Morrighan – sendo a primeira, segundo certas fontes, uma das faces desta última, que é a deusa guerreira, da morte e da fertilidade. Mais tarde, em outras versões, convertida em uma grande, mas (ao menos, aparentemente) simples sacerdotisa, surge como a Senhora de Avalon, ali iniciada nos mistérios da magia da religião ancestral e no culto à Deusa. 

Ademais, segundo estudiosos das lendas do ciclo arturiano, Morgana simbolizaria uma figura soberana no Reino das Almas. Nesse sentido, o vocábulo latino "Mors", que corresponde à "morte", e "Ana", em referência à mãe de Maria, revelam-na como a "Grande Mãe".

De modo geral, retratada, ao longo do tempo, como uma personalidade enigmática e paradoxal, Morgana, nas primeiras histórias, é uma fada de natureza essencialmente virtuosa, atuando como aliada de Artur na execução de sua empreitada – conferindo-lhe, basicamente, proteção, os atributos da força e coragem, vitórias e longevidade. Com a gradativa conversão ao cristianismo, vários narradores fizeram as suas adaptações e conferiram outra abordagem a muitos aspectos das velhas crenças pré-cristãs até então presentes nas histórias que contavam – transmudando a personagem em uma figura mais humana, complexa, ambígua e também mais sinistra em razão de sua origem pagã. 

Devo destacar que, se é certo que este prenome já me intrigava e despertava em outros tempos considerável carinho – envolvendo-me em sua sonoridade, especial magnetismo ou energia –, também é verdade que foi a partir da conhecida e influente obra As Brumas de Avalon que Morgana ganhou, finalmente, o meu coração. Dentre as várias personalidades femininas que compõem o ciclo – em geral, indispensáveis no sentido de ajudar a tecer os destinos dos reinos de toda a Britânia –, a Senhora de Avalon parece-me, sobretudo na mencionada versão de Marion Zimmer Bradley, inequivocamente, aquela mais cativante.

Embora, na generalidade das versões, Morgana – cuja figura, na tradição arturiana, pode assumir as formas de donzela, anciã, deusa, fada, sacerdotisa ou feiticeira maléfica – seja certamente uma anti-heroína, é esta complexidade que a torna uma individualidade deliciosamente rica e fascinante. Ao mesmo tempo em que auxilia Artur e empreende a sua desgraça, concorre para a ocorrência de intrigas e mortes e seja tratada como o bode expiatório de todo o mal que acomete Camelot, parece-me também uma mulher particularmente forte, justa, tolerante e fiel ao seu senso de honra. Pratica o auto-sacríficio, é irresignada à ordem estabelecida, em que pese as constantes perseguições. 

Como infelizmente (ou felizmente) não chega a surpreender, o nome desta trágica e distinta heroína está longe de ser dos mais tradicionais ou propriamente apreciados entre os brasileiros e, sobretudo, os portugueses. Pelo contrário, de modo geral, parece encontrar eco em preferências e estilos onomásticos pessoais específicos – o que, pelo seu consequente pouco uso, sem dúvida, confere ao nome originalidade e brilho suficientes. Uma pequena Morgana dificilmente passaria despercebida ou indiferente por onde passasse! Antes, desabrocharia!

Em Portugal, no ano de 2014, Morgana contou com 10 registros; 7, em 2013; apenas 1, em 2012, e 14 em 2011. No Brasil, em que pese a impossibilidade de se avaliar a incidência do seu uso, dada a ausência de dados registrais oficiais em cada um dos estados da federação, parece-me um nome, sem dúvida, invulgar, ainda que não desconhecido por muitos. Um possível caso à parte, contudo, quanto à popularidade de Morgana em terreno brasileiro, estaria no estado do Rio Grande do Sul, vez que, segundo a nossa querida participante Juliana Zalamena, este teria sido um nome especialmente comum à geração de mulheres gaúchas nascidas na década de 90. 

Facilmente identificado internacionalmente, o nome comporta, basicamente, sem a exclusão de outras, as seguintes variantes ou alternativas: 
Morgan (do galês, inicialmente um nome masculino, e atualmente de uso unissexo, em alguns países anglófonos); Muirghein (uso unissexo, irlandês); Morien (gênero masculino, galês); Morgane (gênero feminino, francês); Morgain/Morgaine (uso inicial, aparentemente, exclusivamente literário, representado pelos franceses); Morrígan/Morrighan (personagem lendária, irlandesa, sem indícios históricos de prévio uso por pessoas reais).

Morgana é, em suma, a meu ver, um belo nome por si só – poderoso em aspecto e pronúncia –, além de privilegiado pela carga de sua história reconhecida e (re)contada ao longo dos tempos, que nos traz uma personagem arquetípica, repleta de simbolismo, que exala força, perseverança, autoridade e empoderamento feminino e que, sobretudo, é profunda e complexamente humana. 

Ana Carolina Gomide Guimarães

E vocês, o que pensam deste nome? Dá-lo-iam a uma filha? 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Nomes Aceites e Proibidos em Portugal - Opiniões


Hoje apresentar-vos-ei algo diferente. Como sabem, Portugal está sob um regime onde pais portugueses apenas podem dar aos filhos nomes que constem da lista de nomes aceites em Portugal. E no Brasil? Será que resultaria? Pedi a quatro participantes do grupo que fizessem, cada uma, um texto onde, de acordo com a sua nacionalidade, defendessem a sua opinião acerca desta tão polémica lista. Elas aceitaram o desafio.

Sou portuguesa e concordo com a existência de uma lista:

Quem conhece os meus gostos sabe que dou preferência a nomes incomuns, raros. Mas ser incomum ou raro não significa que vá humilhar o portador do nome, e isso é um aspecto essencial quando se decide como o bebé se irá chamar. Aquele pequeno ser dependerá maioritariamente dos pais e estará à mercê de tudo. Os familiares vão querer saber como se vai chamar. Vão querer que pelo menos o 2º nome seja o da tão querida bisavó Urgentina. Vão querer que seja o nome que quiseram usar mas não puderam. Vão querer muita coisa, mas não vão decidir nenhuma. Quem escolhe são os pais, seja por influência ou não, mas são eles que escolhem. Portanto a decisão mais importante da vida deles – e da do filho – recai sobre duas pessoas. Cá em Portugal, muitos casais optam por um nome que considerem seguro, que não humilhe ou traumatize o filho, enfim, que seja um nome “normal”. 

Mas, infelizmente, há sempre umas pessoas que gostam de ser diferentes, gostam de mostrar que não são iguais aos outros. Digo “infelizmente” porque a maneira como expressam essa vontade de serem diferentes é através do nome do filho. Muita gente escolhe um nome, não porque gosta, mas porque quer apenas dar nas vistas. Ou, mesmo não querendo dar nas vistas – também pode acontecer – não têm noção da situação em que vão colocar a criança. A intenção pode ser das melhores, mas duvido que uma Lyonce Viiktória vá ser muito feliz com o nome que tem. Pode ser feliz, claro que sim, mas não com o nome. Durante muito tempo o nome vai atormentá-la. Um dia pode aprender a gostar dele – que remédio – ou não. Tudo porque os pais quiseram dar um nome com significado que simplesmente não se ajustava. Não percebo a necessidade de complicar as coisas. A vida já é complicada, e ainda complicam com nomes alterados. Lyonce e Viiktória até podem existir no país do Yannick Djaló, mas não foi lá que a menina nasceu. Nasceu em Portugal, onde estes nomes alterados e mal escritos não têm boa fama. Quiseram dar um nome com significado à menina. Só isso não tem mal nenhum, muitos pais dão João ou Inês porque para eles têm significado. Mas se dar um nome com significado implica expôr a bebé a comentários desagradáveis, isso já acho inaceitável. 



A polémica à volta de Lyonce Viiktória foi tanta que se criaram sites e vídeos depreciativos (por exemplo, um site onde se pode lyoncificar um nome). Desculpem, isto para mim é falta de bom senso. A bebé, que não tem culpa de nada, mal nasceu levou logo com comentários desagradáveis e músicas a brincar com o nome. 



De uma coisa podem ter a certeza: não desisto de um nome só porque os outros não gostam. Isso do gosto é relativo e até variável. Estudamos nomes há tempo suficiente para sabermos os que são usáveis e os que não são. Um menino Gaspar não vai ser gozado por causa do nome. Gaspar é um nome, existe, está na lista, não ofende ninguém. Uma Lyonce Viiktória já não tem esta protecção. Porque é mesmo isso, protecção. Os bebés, nos primeiros tempos de vida, são indefesos. Precisam dos pais e da família para os proteger. Ora, dar um nome que é alvo de chacota nacional não me parece protecção nenhuma. E qual era a dificuldade de escrever Victória? Se os pais não protegem os filhos, alguém tem de o fazer. 



A lista existe para proteger as pessoas de nomes ridículos como Nutela, Camião, Vitalis, Asus, Morta, Beringela (sim, já vi pessoas que tentaram registar estes nomes. Surpresa, não podem). Muitas crianças não se safam de nomes alterados e mal escritos, porque os pais - ou pelo menos um deles - lá apresentam a prova da dupla nacionalidade. Não acho mau terem um nome estrangeiro. Acho mau é terem um nome mal escrito, seja estrangeiro ou não. Isso sim é mau. 


Por exemplo, conheço o caso da Nicole Fonseca que tem mais liberdade para escolher nomes estrangeiros, graças à nacionalidade do marido que não é português – e como a invejo, porque há nomes não-portugueses que acho uma pena não serem aceites. Nestes casos, a lista é mais flexível mas mesmo assim obriga a que os nomes estejam escritos na grafia correta. Mas pelo que conheço da Nicole, ela nunca seria capaz de dar um nome completamente enfeitado. Acho que há limites, mesmo dentro da liberdade. E muita gente, não fosse a lista, não se preocuparia com isso. 

Claro que nem tudo na lista é perfeito. Há muita coisa com a qual não concordo e uma data de critérios que não entendo. Mas isso são os critérios, não a lista em si. Acho que se não houvesse lista, isto ia ser uma mixórdia de temáticas autêntica e íamos ver crianças com nomes ridículos, não há outra palavra para descrever. Acho que é do interesse de toda a gente que isto não aconteça. 

Maria Pilar Monteiro.



Sou brasileira e concordo com a existência de uma lista deste género no Brasil:


Eu acho que um pai não tem direito de estropiar o nome do filho ou até mesmo inventá-lo podendo prejudicá-lo posteriormente e fazê-lo soletrar sempre que se apresentar a alguém. Porém não sou a favor da lista do modo como está estabelecida em Portugal, limitando-os demasiadamente de certos nomes que são perfeitamente usáveis em países lusófonos, como por exemplo: Clarissa. 



O Brasil é um país multicultural e de diferentes rostos, nossa lista, como espelho de nossa pluralidade, deve ser muito mais ampla, a exemplo da lista da Argentina que se aceita por exemplo Roosevelt, Sonya e Theodore. Também deveria ser incluído os verdadeiros nomes brasileiros, que são os nomes indígenas. Dessa forma, tendo uma lista de permitidos, evitaríamos ver em escolas, faculdades, hospitais e outros lugares que constumamos frequentar, Rikelmes, Kemmillys, Jésykas e entre outros nomes que infelizmente são modificados pelo simples fato dos pais acharem "mais chique" em uma escrita que não é a correta.



Luinara Menezes.




Sou portuguesa e não concordo com a existência de uma lista: 


2003 - Altura em que nasceu a minha primeira filha. A primeira vez que tive contacto com essa lista do Inferno ou do Demo, como eu gosto tanto de lhe chamar. 

Durante a gravidez eu e o meu marido escolhemos o nome da menina. Seria Samira, quanto a isto não restavam dúvidas. Três dias depois da minha filha nascer, dirijo-me ao Registo Civil para registar a criança. Do outro lado do Balcão: 

-Bom dia, então qual é o nome a dar a criança?
-O nome é Samira.
-Ah, esse nome não consta da lista…
-Que lista? 
-A lista de nomes autorizados a serem registados. Tome, tem aqui a lista, só pode registar um nome que conste nessa lista! 

Nesta altura eu já estava a ferver e as minhas hormonas de grávida/mãe recente já estavam aos saltos. Agarro na porra da lista com umas 80 páginas. Mas como raio ia eu escolher um nome para a minha filha em 5 minutos?! Um nome que leva praticamente uma gravidez inteira de 9 meses a ser discutido, pensado e decidido! Um nome que a minha filha iria carregar para o resto da vida dela! 

É de salientar que o meu marido é estrangeiro, em 2003 nem sequer dupla nacionalidade tinha, e ninguém teve a gentileza de nos informar, que sendo o pai estrangeiro, poderíamos ter registado um nome qualquer, nem que fosse Cicciolina! Eu tinha 20 anos, era pouco informada, e assim nos passaram a perna! 

Voltando à estúpida da lista: começo a vê-la de alto a baixo e a senhora do registo sempre a olhar para nós do género “vejam lá se despacham isso”. Nesta altura já eu estava capaz de lhe dar dois estalos, só para ela virar a cara para o outro lado. 

O meu marido lembra-se de Nadine:
-Gostas de Nadine? Podia ficar esse.
-Gosto, mas é o nome da filha da minha melhor amiga, está completamente fora de questão! 

Chego a letra S na lista e deparo-me com o nome Safira, como autorizado a registar. Neste momento já a vontade de dar duas estaladas tinha feito um upgrade para: “capaz de matar alguém”:
-Olhe desculpe lá, porque é que Safira está na lista e Samira não? Afinal é só trocar o F pelo M!
-Ah sabe, eu não sei, faz parte da Lei, mas pode pedir um estudo ao nome Samira, tem é que pagar, e se for aceite já pode registar o nome.
-Ah sim? E se não for aceite, devolvem-me o dinheiro?
-Ah isso é que já não!
-Então eu pago um estudo ao nome, acabo por não pôr o nome e ainda ficam com o meu dinheiro? Não, obrigado! 

Em desespero, voltei ao topo da lista, letra A…Andria….o pai chama se Adrian….Fica Andria! Não aguentava mais estar ali dentro, queria sair dali, a minha vontade era pegar fogo àquelas malditas páginas. 

2010 - Altura de ter o segundo filho, escolher o nome. Desta vez já não me apanharam desprevenida, já tinha conhecimento da lista do Demo. O meu marido já tinha dupla nacionalidade, e, como tal, todos os documentos dele eram portugueses, nunca mais tratou de documentos do país dele. Para registar um nome não autorizado precisávamos do passaporte do país de origem do pai. Ele, como não quis perder tempo e gastar dinheiro a tratar disso, lá ficámos limitados à maldita lista. 

Tomás foi o nome escolhido, eu, pessoalmente, prefiro nomes menos comuns, mas eu e o meu marido não chegámos a acordo em mais nenhum nome, por isso ficou Tomás. 

Enquanto consultava as listas para escolher o nome do meu filho, deparei-me com o nome Samira na lista, como estando autorizado a ser registado! Ou seja, passados 7 anos da minha filha nascer, o nome que queríamos para ela já estava na lista! Escusado será dizer que ainda mais raiva ganhei aquela estúpida lista dos Infernos! 

2015 - Altura de ter o terceiro filho, desta vez mais uma menina. O meu marido mostrou a revolta que há dentro dele, desde 2003. Nome escolhido? Kayla Samira. 

Kayla é um nome não autorizado na lista, mas, por exemplo, Kelly é um nome autorizado. Mas o meu marido revoltou-se ao terceiro filho! Diz que desta vez já não vão gozar com ele, afinal dizem que à terceira é de vez, por isso, o passaporte já está feito, tudo a postos para registar a Kayla. A escolha de Samira deve-se ao facto de ele realmente ser apaixonado por esse nome, em 12 anos não conseguiu esquecer o nome nem o facto de em 2003 ter sido barrado no registo. Pior ficou quando soube que podia ter registado a filha com o nome que ele tanto gostava. Ao fim de 12 anos vai se vingar, além de meter um nome não admitido pela lista dos Infernos ainda vai ressuscitar a Samira, que, para mim, já estava bem lá no fundinho do baú. 

São muitas as contradições daquela lista, chegam inclusivamente a estragar as grafias dos nomes, senão vejamos: Jonathan, não se pode pôr, mas Jonatã já podemos. Gael, não podemos pôr, mas podemos por Gaele. Kiara com i (que seria, na minha opinião, a grafia mais correta) não podemos pôr, mas podemos por Kyara, no entanto podemos optar por Yara ou Iara. Enfim. Aisha não se pode, mas pode-se Aixa. Alissa também não, mas Aliça sim. Kevin também não, mas Kévim sim. 

Podemos registar uma Isa Mara, mas uma Isamara não. Jade só pode ser usado em segundo nome, pergunto porquê? Se é um nome, qual é a diferença de ser usado em primeiro ou segundo lugar? 

Jasmim é considerado nome masculino, pergunto-me quantos homens andaram por essas terras chamados Jasmim. 

Mel, outro nome considerado masculino, deve ser por causa do Mel Gibson. Em Portugal um homem chamar se Mel é, no mínimo, muito estranho. 

Podemos usar nomes de fruta: Clementina, Romã, Amora…mas Laranja e Cereja já não. Mas então porquê?! Não é tudo fruta na mesma?! 

E depois temos nomes admitidos que são de bradar aos céus! Eu pergunto-me se alguém algum dia na vida consideraria usar aqueles nomes num filho! Mas pronto, acho que todos os pais têm o direito de meter um nome que gostem ao filhos, não devem estar limitados a uma lista de nomes. Alguns com grafia bem horrível acabam por estragar o nome. Devia ser possível registarmos o nome que bem quiséssemos (com limites claro) tudo dentro das grafias originais, sem enfeites desnecessários. Usa-se muito no Brasil acrescentar aos nomes Y H K: por exemplo, uma Nicole facilmente pode virar Nykolly, ou uma Samira pode virar uma Sahmyraa e com isso eu não concordo, mas nomes com grafias originais e bem escritos, acho que poderíamos escolher o que gostássemos. 

Eu podia continuar aqui a falar das contradições da lista do Demo, mas vou deixar que vocês mesmos consultem a lista e se deparem com todas estas coisas, acreditem, vão-se divertir muito! Claro que não vamos registar um filho com o nome Dancake ou uma filha chamada Evax! Tudo no seu limite, mas por favor, que seja abolida a lista dos Infernos!

Nicole Fonseca.

Sou brasileira e não concordo com a existência de uma lista deste género no Brasil:

A questão sobre o Brasil adotar o uso de lista de nomes permitido sempre é polémica, devo deixar claro que não sou da opinião que os pais possam nomear o filho com qualquer coisa que chamam de nome, mas sou contra uma lista que permita apenas os nomes que ali constem. 


Os meus motivos para ser contraria são simples, por ser nosso país imenso e totalmente multicultural, não seria nada fácil a criação desta lista. E a quem ficaria a tarefa de tal criação? Um grande centro que certamente não levaria em conta os gostos do pessoal do interior do país? Ou uma pessoa que acha que somente pode ser usando um nome italiano quem é descendente de tal povo? 

Certamente não seria levando em conta as vivências das pessoas, cada região do Brasil é unica e formada por diferente maneira e deve respeitar essas particularidades. Acredito que o que deva ser proibido são erros grotescos que cometem com certos nomes, como substituir Y por i, K por C ou o uso de letras dobradas, ou o acréscimo de letras onde não existem em nenhuma grafia em nenhum outro país, isso já permitiria que pessoas tivessem no mínimo nomes bem escritos.

Karen Ramires.



Aqui deixo dois links importantes que explicam, um pouco, o porquê de existir em Portugal uma proibição para determinados nomes. A origem dessa proibição são motivos religiosos, que abalaram toda uma época. Aconselho muito a leitura.









E, claro a nossa lista, para que possam consultar:




E vocês? Com que participante do blog mais se identificam?

Oceana



O nome Oceana tem origem na cultura grega, e é a variante feminina do nome masculino Oceano que tal como o nome indica significa "oceano". Em Portugal, no ano 2014, houve apenas 5 registos deste nome, mais uma Océane e também foi utilizado como 2º nome no composto Bianca Oceana.

Este nome literal e exótico que remete para a natureza marinha, é suave e soa-nos familiar devido à sua terminação -ana. Também que a sua inicial “O” pouco comum em nomes, lhe dá um certo brilho e encanto que outros já perderam. 

Como referências a este nome temos
  • A atriz portuguesa Oceana Basílio, que atua na televisão com alguma frequência; 
  • Uma marca luso-brasileira de bikinis e fatos de banho inspirados nas praias paradisíacas do Brasil.
Acho este nome maravilhoso e elegante, adoro-o e algumas das meninas do grupo já me ouviram falar dele várias vezes. Descobri-o por parte da Juliana e quando conheci uma menina de 4 anos com este nome fiquei completamente apaixonada e deslumbrada por ele. 



Usava-o sem problema e quem sabe não o virei mesmo a dar a uma filha. É uma ótima opção para quem gosta de nomes pouco usados mas não completamente desconhecidos, literais e um pouco fora do vulgar. 

"Oceana" combina com a nossa atualidade, e espero que a sua posição suba no ranking nos próximos anos, pois acho que é adorável e transmite-nos um aroma a paraíso.

Diana Silva.

E vocês o que acham de Oceana? Utilizavam?

Yulia - Convidado do Dia




Yasmim Paiva: a convidada de hoje. De origem brasileira, foi uma grande impulsionadora deste blog a nível estético, e agradeço publicamente em nome de todos os participantes do grupo e do blog pois, ajudou-nos muito a termos a imagem clean do blog que hoje vos presenteamos. Defendendo a sua inicial, hoje trouxe-nos um nome bastante interessante. Como se diz no Brasil, "fiquem ligados":


O nome que escolhi infelizmente não é aceito em Portugal, por ser bastante estrangeiro e por já ter uma variante usável na língua portuguesa. Mas como eu sou uma fã de carteirinha de nomes russos, poloneses, eslovenos, etc, não pude deixar de estrear escrevendo sobre um dos meus nomes preferidos de todos os tempos.
Apresento a vocês: Yulia

Este nome me encanta desde a adolescência, eu não lembro bem onde escutei ou vi pela primeira vez, mas desde então ele se tornou especial para mim. É o meu nome preferido com a inicial Y. Um nome curto, muito bom para compostos. E na minha humilde opinião muito mais bonito do que Júlia, tão popular no Brasil. Sendo Júlia, uma variante, visto como um nome atemporal e que agrada boa parte da população brasileira.

Suas variantes são:

Iulia (Romano Antigo), Júlia (Português), Giulia (Italiano), Yuliya (Bulgáro), Julija (Croata), Julia (Espanhol), Julie (Francês), Juliet, Jules (Inglês), Iúile (Irlandês), Juliska (Hungaro), Julita (Polonês).

Segundo o ranking não oficial do Babycenter Brasil, Júlia junto com Giulia vem então desde 2009, 2010, 2011 em 1º lugar, 2012, 2013 caindo para 2º lugar e 2014 caindo para 3º lugar. A variante Giulia (que no anos 2007, 2008 e 2009 também foi a mais registrada da Itália).

Para quem não sabe, há muitos nomes que só mudam o Y e o J, como Juliana/Yuliana, Jasmim/Yasmim, Jelena/Yelena, etc. Na Itália não há letra J, por isso que suas variantes são substituídas pela letra G, o que deixam mais atrativas (a meu ver) e para os amantes de nomes italianos.

Personalidades famosas:
  • Yulia Volkova, cantora russa do grupo t.A.T.u;
  • Yulia MacLean, cantora russa;
  • Yulia Tymoshenko, uma política ucraniana;
  • Yulia Lipnitskaya, uma patinadora artística russa;
  • Yulia Putintseva, uma jogadora de tênis russa;
  • Yulia Zagoruychenko, atual campeã de dança Latin World;
  • Yulia Viktorovna, atleta olímpica da União Soviética;
  • Yulia Rachman, atriz da Indonésia;
  • Yulia Alipova, Miss Rússia;
  • Yulia Brodskaya, artista ilustradora russa.
E então, Yulia tem capacidade para entrar nas suas listas? Vocês consideram, apesar de internacional, usável?

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mafalda


Fui desafiada pela Carla Jesus para falar de um nome que ela adora. Um nome medieval, que só por isso já ganhou o meu carinho. Mafalda. Nome da primeira rainha de Portugal, consorte de D. Afonso Henriques, Mafalda de Saboia foi condessa de Saboia, Piemonte e Maurienne e mãe de sete crianças, uma delas o herdeiro infante D. Henrique, contudo, faleceu ainda em criança, nunca tendo subido ao trono, que viria a ser do seu irmão mais novo, D. Sancho I.

Ainda não consegui chegar a um “consenso” quanto à origem de Mafalda. Algumas fontes defendem que deriva de Matilda, que por sua vez deriva do nome germânico Mahthildis e significa “poderosa em batalha”, “guerreira poderosa” (maht – força, hild – batalha).



Mas também já li que deriva de Matilde e que a origem deste é Mahaut. Quanto ao significado parecem estar todos de acordo, o que me deixa mais feliz. 

Aqui em Portugal, Matilde é muito mais usado do que Mafalda, mas é menos constante. Em 2012, Matilde teve 2393 registos, enquanto Mafalda teve 517. No ano seguinte, Matilde teve uma queda de 396 registos (!) e ficou com 1997. Mafalda, por outro lado, teve uma pequena subida, chegando aos 530. Por fim, no ano passado, Matilde teve 2062 registos e Mafalda regressou aos 517. 

Olhando só para estes valores, Mafalda parece-me mais constante do que Matilde e, por isso, mais seguro, para quem procura um nome popular mas não extremamente usado. No entanto, Matilde é mais internacional, como constatamos por algumas das variantes: 

Matilda (eslovaco, finlandês, inglês, sueco), Mathilde (alemão, dinamarquês, francês, holandês, norueguês), Mathilda (inglês, sueco), Maud (holandês, inglês), Tilda (finlandês, inglês, sueco).

Se tivesse de optar entre Mafalda e Matilde, escolhia Mafalda. É menos usado e parece-me mais divertido e jovial.

Aqui em Portugal ainda é capaz de remeter muito para a personagem Mafalda, da banda desenhada argentina, mas não acredito que seja um factor negativo. Se calhar tenho uma ideia jovial do nome precisamente por causa do cartoon.


Maria Pilar Monteiro.


Noé




A Bíblia é uma fonte de inspiração extraordinária para muitos fins, e a onomástica é um deles! Os nomes bíblicos têm sido amplamente difundidos ao longo dos séculos por todo o mundo e no século XXI a tendência mantém-se. Quantos rapazes chamados João, Pedro, Lucas, Mateus, David, Joaquim, Gabriel, Miguel, Rafael (e por aí além) conhecem? No ano de 2014, dos dez nomes mais utilizados em São Paulo, sete têm cariz bíblico. Em Portugal, no mesmo ano, as escolhas são mais heterogéneas, mas, ainda assim, contamos com nomes como João, Miguel, Tiago, Gabriel, Pedro, Rafael, Lucas e Simão no top 20.



Assim sendo, e seguindo esta linha, pretendo recuperar um nome que já há algum tempo não pertence à lista de muitas futuras-mamãs, mas que mantém intacto o espírito que se cultiva do Homem-Bom, entregue aos seus ideais e que procura um mundo melhor.


Noé. O nome em si é bastante harmonioso. Pequenino, é uma escolha perfeita para quem aprecia nomes curtos e apelativos. Acredito que seja indissociável da velha história da Arca e do Dilúvio, mas, quiçá, o nosso Noé, dos nossos dias, tenha potencial para ser um acérrimo defensor da humanidade e dos direitos dos animais, não? ;) Depois do Dilúvio, reza a lenda, Deus criou um arco-íris como símbolo do seu pacto de paz com os homens. E digam lá, Noé & Íris não faziam um bom par de irmãos?

Noé deriva do hebreu Noach, que significa "descanso, conforto", sendo a versão portuguesa, espanhola e francesa de Noah. Noah é uma versão também aceite em Portugal e muito mais popular também (ocupando 75ª posição do ranking dos nomes mais populares em Portugal e São Paulo no ano de 2014), sendo o nome mais popular nos Estados Unidos da América desde 2013. Noah pode ser mais apetecível àqueles que apreciam nomes internacionais, mas, sendo eu uma grande amante da minha língua materna, encontro em Noé um nome impecável e perfeitamente reutilizável.

No entanto, apesar de ser muito conhecido, o nome muito poucas vezes foi utilizado no passado e ainda menos é utilizado no presente. Podemos, inclusive, dizer que Noé não está associado a nenhuma geração em particular, e se nos transmite um ar antigo é apenas porque estamos a associá-lo à história bíblica. Durante o século passado o número máximo de registos que obteve em Portugal foram 17, no ano de 1939.

Mais recentemente, temos a informação de que em Portugal, no ano de 2013 foi utilizado duas vezes como primeiro nome e registado nos compostos Dinis Noé, Duarte Noé, Timóteo Noé e Tomás Noé. Já no ano de 2014, nasceram oito crianças com o nome Noé, o que, mais uma vez, é uma ótima notícia para aqueles que procuram uma escolha original e distante das luzes da ribalta da onomástica! Neste mesmo ano foram registados os compostos Noé Francisco, Noé Manuel e Rúben Noé. Por fim, em 2015, o número aumentou uma vez mais, tendo sido registados em Portugal 9 meninos com Noé como primeiro nome, desconhecendo-se até à data se terá sido utilizado como segundo nome - mas provavelmente sim! Também no Brasil, o nome mantém-se muito discreto, sabendo que no ano de 2915 em São Paulo foram registados apenas 3 meninos com este nome!

Confesso-vos que Noé é dos meus nomes favoritos. Acho-o muito ternurento, muito amoroso. Não tem nada de aristocrático, nem está ligado a nenhuma referência fantástica do mundo artístico-intelectual, mas acho-o muito carismático e gostaria de partilhar convosco um composto que acho muito bonito e, novamente, muito doce: Noé Valentino.

Joana Recharte.

O que acham deste nome? Deixam-se cativar?


Fontes Consultadas:
Behind the Name, SPIE, Diário de Notícias, Nomes e Mais Nomes, Wikipédia, IRN, ARPEN/SP

Oriana - Convidado do Dia


O post de hoje é feito por uma estreante no blog, a Telma Oliveira, e fala de um nome que sei que muitos de nós, amantes da onomástica portuguesa, gostamos, Oriana:


Oriana lembra-me o mar, as ondas leves a bater na areia, a paz e a serenidade. Contudo, ao mesmo tempo, tenho uma imagem inconsciente de uma floresta e de uma menina fada de cabelos dourados. Sei que essa menina existiu, ou pelo menos sim, no livro infantil de Sophia de Mello Breyner "A Fada Oriana" que a minha professora do 4º ano me deu a ler. 
Não sabia ela como aquele nome me tinha ficado gravado na memória… Oriana, Oriana, Oriana.

De origem incerta, o nome Oriana associa-se ao latim aurum que significa “ouro” ou à palavra também latina oriri que quer dizer “nascer do sol” ou “amanhecer”. 

Intimamente relacionado com a palavra aurum, está outro nome que, não só por ser o nome da minha bisavó, está na minha lista: Aurora. Podem todos torcer o nariz ou até rir, mas a verdade é que se tivesse gémeas: Oriana & Aurora seria uma opção a ponderar.

De pronúncia e grafia muito semelhantes mas com origem bem diferente, temos Ariana que pode servir como alternativa a Oriana, significando “puríssima” ou “a mais sagrada”.

No ano de 2014 em Portugal, Oriana como primeiro nome teve 16 registos, os compostos Oriana Maria e Oriana Raquel – 2 registos, e Oriana Ester, Oriana Mei, Lua Oriana, Oryana Patrícia, Nahla Oriana, Inês Oriana, Oriana Alexandra, Alice Oriana – 1 registo cada.

Apesar de Oriana não ser muito comum nas línguas europeias, na Península Ibérica (Portugal e Espanha) existiram as formas medievais Oroana e Ouroana que, já não sendo admitidas pelo menos em Portugal, deixaram para além de Oriana outra variante bem interessante: Oureana. Desta variante descobri uma curiosa lenda que, vergonhosamente, não conhecia; e digo vergonhosamente porque vivi 17 anos a cerca de 15 km da Cidade de Ourém (Distrito de Santarém, Portugal) e, como apaixonada pelo nome Oriana, nunca fiz nenhuma associação com o nome da terra e o nome próprio. Mas nunca é tarde! Conta a lenda que por volta de 1136, andava o primeiro rei português, D. Afonso Henriques, nas suas conquistas aos mouros quando, na noite de S. João, em Abdegas, um dos guerreiros e amigo de rei, Gonçalo Hermiges, se cruzou com a formosa moura Fátima, e por ela ficou enfeitiçado. Entre trovas e carinhos apareceram armados vários mouros irados contra quem Gonçalo lutou sozinho e corajosamente para salvar a sua amada (sim, depois de umas cançõezitas, já era a sua amada!). Poucos dias mais tarde a bela moura converteu-se ao cristianismo e foi baptizada com o nome Oureana, como Gonçalo a tinha chamado numa das canções. Tanta fama teve a sua beleza e a força do seu amor que o povo trocou o nome de Abdegas pelo de Ourém.

Variantes: Orianna, Oriane, Orianne.

Para os amantes de História como eu, esta é uma curiosidade que pode fazer-vos mudar a opinião sobre este nome, pois Oriana era, nada mais nada menos, que o/a apelido/alcunha da Rainha Elizabeth I que viveu entre 1533 e 1603. Filha da famosíssima Anne Boleyn e do namoradeiro Rei Henry VIII, nascida princesa, feita bastarda, ergueu-se como rainha (virgem, na boca de alguns) de Inglaterra, França e Irlanda. E “erguer-se” é definitivamente a palavra com que a descreviam: Oriana, “our glorious Oriana” ou, abreviando, “Gloriana”.

Personalidades:
  • Oriana Fallaci (1929 – 2006) – Jornalista, autora e entrevistadora política italiana.
  • Oriana Panozzo (nascida em 1959) – Atriz australiana.
  • Oriana Small (nascida em 1981) – é o nome artístico da atriz estado-unidense Ashley Blue.
  • Oriana Gabriela Sabatini Fulop (nascida a 19-04-1996) – Cantora, atriz e modelo argentina.
Que opinião têm sobre Oriana?

terça-feira, 26 de maio de 2015

Mia


Hoje abordo um nome um pouco diferente dos que tenho falado. Um nome curtinho, moderno e internacional: Mia.


Parece correcto afirmar que Mia surgiu como diminutivo de Maria, não só em Portugal mas também noutros países, como por exemplo na Escandinávia, Holanda e Alemanha. É usado em países de língua inglesa, alemã, holandesa, sueca, norueguesa, escandinava e dinamarquesa. Mia é ainda a palavra italiana para “minha”, detalhe que acho simplesmente amoroso! 

É de compreensão, escrita e pronúncia fáceis, tendo em conta que o “m” está nos primeiros sons que um bebé produz. Com uma sonoridade doce e agradável, Mia começa a cativar portugueses, conclusão que se retira dos registos nos últimos três anos: 66 em 2012, 96 em 2013 e 78 em 2014. Estes 78 registos colocaram Mia na 72ª posição do ranking nacional. Ainda assim, alguns encaram-no como “demasiado curto para ser nome” e expressam comentários depreciativos como “só serve para diminutivo” ou “é a forma do verbo miar”. Discordo destas opiniões. Ou melhor dizendo, não creio que sejam motivo para desistir do nome. E passo a explicar porquê:
  • “Demasiado curto para ser nome” e “Só serve para diminutivo” são frases que já não afectam quem procura nomes diferentes, modernos, bonitos. Veja-se o exemplo dos curtinhos Ema, Lia e Noa que atingiram posições excelentes. No ano passado, Ema teve 244 registos, Lia 147 e Noa 91. A subida deste último foi impressionante: em 2012 tinha apenas 27 registos, em 2013 já tinha 52 e em 2014 chegou quase aos 100. Dito isto, e com apenas uma letra de diferença para Lia, acho que Mia, que partilha com Ema o som doce da letra “m”, tem tudo para ser mais usado. Claro que ainda temos o famoso caso de Ana, o três-letrinhas mais conhecido e apreciado de Portugal, já há vários séculos;
  • “É a forma do verbo miar” pode assustar muitos pais que até ponderam usar Mia, mas receiam que tomem a criança por um felino. Acho que nenhuma Mia corre esse perigo, até porque quem diz isso está perfeitamente habituado a nomes que também já receberam comentários negativos. Alguns exemplos: Sara, conjugação do verbo sarar. Bárbara, menina que destrói tudo. Clara, irmã da gema. Alice, parece “alce”. E podia dar ainda mais exemplos. Hoje, estes nomes que citei são muito usados e bem vistos pelos portugueses. Foi só uma questão de coragem da parte dos pais e hábito da parte dos restantes para que Sara, Bárbara, Clara e Alice chegassem onde estão agora, no auge do top 100. Mas há mais. Mia tanto é nome próprio como diminutivo de vários nomes (Maria, Emília, Camila, Marta…). E são as próprias portadoras que fazem questão de serem assim tratadas. Ora, se Mia fosse realmente uma associação perigosa, por fazer lembrar aqueles focinhos fofinhos, iria alguém dizer “Chamo-me Maria mas prefiro que me tratem por Mia”? Eu acho que não. E mesmo que até façam essa associação, não vejo como é que um gato querido insulta alguém.
Futuros pais de uma Mia: não desistam deste nome tão bonito e cheio de qualidades! 

A nível internacional, os atributos de Mia são já perfeitamente conhecidos, o que o torna mais bem cotado. No ano passado, no Reino Unido, Mia foi o 14º nome mais usado, o que aqui equivaleria a Francisca. Nos Estados Unidos, no mesmo ano, ficou na 6ª posição, à frente de Emily, Madison e Charlotte. Na Suíça, há três anos, ficou em primeiríssimo lugar. 

Sabendo que grande parte das tendências portuguesas são fruto de influência estrangeira, e olhando para os registos de Ema, Lia e Noa, diria que Mia está mais que pronto para subir nos rankings. Não fosse eu uma Maria, usaria Mia sem hesitação.


Maria Pilar Monteiro.


Esmeralda - Nomes dos Nossos Filhos


Hoje falar-vos-ei do nome da minha filha: Esmeralda.

Um nome que considero doce, alegre e belo. 
Na altura, quando estava grávida, o nome pensado não era Esmeralda, mas quando meu marido falou nele, só consegui render-me a tamanha beleza.

Em 2011 Esmeralda teve 6 registos, em 2012 e 2013, 5, e o ano passado, 2014, 8 registos e, sinceramente, ainda bem porque, assim, o nome não morre e há mais diversidade!

Quando registei a minha filha no cartório a senhora disse que não havia registo de Esmeralda Cristina em Cascais há mais de 50 anos!

Trata-se de um bonito nome feminino que remete a um forte sentimento de afeto, que se dirige a alguém muito valioso e por quem se tenha muito amor.


Esmeralda significa "pedra preciosa valiosa", “estima” ou “clarão”, “raio”, “relâmpago”. Tem origem no grego smaragdos, a partir do latim smaragdus, que quer dizer literalmente “clarão, raio, relâmpago”. Importa, ainda, referir que esmer, em francês, significa estima. 

Esmeralda, como devem saber, é também o nome dado à pedra preciosa esverdeada muito valiosa. Tão valiosa que, no bíblico do Apocalipse, consta como a quarta entre as doze pedras preciosas que adornavam as fundações da nova muralha de Jerusalém.





Carla Jesus. 

E vocês gostam de Esmeralda, e usariam como a Carla o fez?

Gaspar - Convidado do Dia + Link Útil




Hoje, eu mesmo fui convidado pela Carla Jesus, numa brincadeira do Sociedade dos Nomes a falar sobre um nome do qual eu gosto bastante:

O nome do qual eu vos venho falar hoje é um nome que me soa muito bem desde que este gosto pela onomástica se despertou em mim e está classificado como “aceite” na lista de nomes aceites em Portugal. Inegavelmente associado aos Reis Magos, o nome daquele que presenteou incenso ao menino Jesus foi começado a usar, mais em Portugal do que no Brasil, como sobrenome por alguém cujo pai o recebera em baptismo e que depois o transmitiu a seus filhos e netos já como apelido, mas esse facto não tira brilho a este tesouro. Hoje, falo-vos de Gaspar:

Gaspar é a derivação, em português e em espanhol, do nome Jasper, nome literal inglês de uma pedra preciosa, em português, jaspe. É um nome de origem persa e o seu significado varia entre “tesouro”, “fortuna” ou “portador de tesouro”. Desde a idade média que é utilizado, mas nunca foi extremamente popular. 

As suas variações são: 
Casper, Jesper, Kasper (Dinamarquês), Casper, Jasper, Kasper, Cas (Holandês), Jasper (Inglês), Gaspard (Francês), Kaspar (Alemão), Gáspár, Gazsi (Húngaro), Gaspare, Gasparo (Italiano), Kaspars (Letão), Kasparas (Lituano), Casper, Kasper (Norueguês), Kacper, Kasper (Polaco), Gašper (Esloveno), Casper, Kasper (Sueco).

Através do site onde é possível verificar os registos paroquiais (casamentos, baptizados, óbitos) de 1536 a 1911 foram baptizados 34 elementos do sexo masculino nomeados Gaspar. O link do site, bastante útil, encontra-se no fim deste post.
Em 1993 nasceram 3 crianças com este nome, em 2011, 43, em 2012, 34, em 2013, 36, e em 2014, 24, entre eles, um Gaspar Tomé , um Gaspar Miguel, um Gaspar dos Anjos, e um Gaspar José. Confesso que o meu composto favorito foi Gaspar Tomé, era até capaz de o usar. No Brasil é um nome utilizado há bastante tempo, porém nunca foi muito popular em nenhuma época específica, tal como em Portugal. 

Personalidades importantes com este nome, entre outros:
  • Gaspar Corte-Real - navegador português, descobridor da Gronelândia (!);
  • Gaspar de Lemos - navegador português do século XVI, comandou um dos navios da frota de Pedro Álvares Cabral, na sua descoberta ao Brasil;
  • Gaspar de Sousa - administrador colonial português, governador-geral do Brasil, um dos líderes da conquista do Estado do Maranhão aos franceses;
  • Gaspar Pérez de Villagrá - explorador espanhol, capitão da expedição que colonizou o Novo México em 1598;
  • D. Gaspar Barata de Mendonça - prelado e jurista português, primeiro arcebispo da Bahia e o primeiro a ser intitulado Primaz do Brasil;
  • D. Gaspar de Bragança - filho ilegítimo do rei João V de Portugal;
  • Gaspar de Oliveira Viana – médico patologista e cientista brasileiro, descobriu a cura para a leishmaniose, que ajudou a salvar a vida de milhões de pessoas no mundo inteiro (!).
Em Portugal foi transmitida a série televisiva “Os Amigos do Gaspar” de 1986 a 1989, pela RTP1. Aqueles que considerem estas divertidas marionetas uma feliz recordação, podem ter uma boa motivação para usarem o nome do protagonista num filho!
Ainda sobre desenhos animados, quem não associa Gaspar ao fantasminha Casper (Gasparzinho, no Brasil)?!

Normalmente classificado pela sociedade em geral como “nome de gato”, na minha opinião é um nome que pode ser utilizado tanto em gatos como em cães e sim, em pessoas porque creio que se nomeiam um animal de estimação é exatamente por isso, por terem estimação por esse animal e lhe quererem bem. "Gaspar" está nas minhas listas desde que as faço e acho perfeitamente usável numa criança dos dias de hoje. Espero sinceramente um dia ter um número suficiente de filhos para o poder utilizar, pois tenho alguns que ainda gosto mais à frente deste, apesar de gostar muito de Gaspar.

E então, gostam de Gaspar ao ponto de o usar num filho, como eu?

Link - Registos Paroquiais: http://www.aatt.org/site/index.php?P=51&op=RP