sexta-feira, 10 de junho de 2016

Leopoldina


Leopoldina. Possivelmente, dos nomes femininos mais compridos que existem. 10 letrinhas num encadeamento harmonioso, fazem com que Leopoldina não se torne demasiado pesado ou soturno, mas que, ao invés, se torne um nome alegre e bem-disposto. Podemos argumentar que não é um nome contemporâneo e que isso lhe tira leveza, mas não é, certamente, um nome sombrio ou desagradável!

Tenho uma tendência pessoal para achar que os nomes longos têm um não sei quê de elegante e de requintado! Sobretudo os terminados em –ina, por os achar muito joviais e radiosos, não encaixasse o meu nome preferido nesta descrição também! :) Mas se tomarmos o exemplo de Valentina, um arrebata-corações no Brasil e recentemente também em Portugal, vemos que é possível recuperar um nome antigo ou vintage com estas características e dar-lhe uma nova roupagem, uma nova vibração muito moderna. Não estou certa de que o mesmo se poderá passar em breve com Leopoldina, mas o certo é que os gostos e as modas são cíclicos e se Leopoldina já foi fascinante no passado pode muito bem vir a tornar-se igualmente esplendoroso no futuro.

O nome tem origem no germânico Leutbauld, que reúne os elementos leut (povo) e bald (corajoso). Começou por ser um simples diminutivo de Leopolda, mas ganhou pontos pela sensibilidade e delicadeza extras, face ao nome original.

Como tivemos oportunidade de ver na publicação sobre Nomes Femininos Aristocráticos do Século XIX, Leopoldina foi o 22º nome mais utilizado durante 100 anos em Portugal, o que hoje corresponderia ao uso de Mara (Portugal) e Rafaela (Brasil). No passado os compostos mais utilizados com este nome eram os clássicos Maria Leopoldina e Ana Leopoldina (acho este muito elegante, em particular, e acho que foi este composto que me fez ver o nome com outros olhos) e outros como Amélia Leopoldina, Augusta Leopoldina ou Helena Leopoldina. Ainda relativamente à aristocracia, foi um nome muitas vezes atribuído a membros das famílias reais europeias, sendo a que nos é mais conhecida Maria Leopoldina de Habsburgo, Rainha de Portugal e Imperatriz do Brasil, casada com o rei D. Pedro IV de Portugal/I do Brasil. O seu reinado deu-se no abrir do século XIX, o que poderá justificar a popularidade do nome entre a população portuguesa na época.

De acordo com os dados do IBGE, Leopoldina tem estado em queda-livre desde 1930, estimando-se que existam atualmente cerca de 4000 pessoas com este nome no Brasil. O SPIE, em Portugal dá-nos exatamente a mesma perspetiva. Nos últimos anos também não têm havido registos deste nome em nenhum dos nossos dois países.

Leopoldina parece ter sido guardado num pequeno baú, mas tenho a certeza de que a chave não foi deitada fora. É um nome com potencial, mas talvez num futuro muito distante. Como vejo tantas pessoas fascinadas com Valentina e outras a gostarem de nomes como Guilhermina, tenho a certeza de que também haverá quem consiga olhar para Leopoldina com carinho. Em Portugal, no entanto, esta pode ser uma façanha bem mais difícil de conquistar dado o impacto mediático da mascote de uma grande cadeia de supermercados que usou, precisamente, o nome Leopoldina, pelo que todos agora o associam à imagem de uma ave sorridente que enche os natais das crianças. Se esta é uma imagem feliz, também teve o “infortúnio” de tornar o nome caricato e talvez inviável enquanto as pessoas se recordarem da Leopoldina do Continente. Por outro lado, é um nome monárquico e internacional, pelo que pode ganhar pontos-extra na vossa consideração!

Que acham de Leopoldina?

Fontes Consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios, ARPEN/SP, Behind the Name, IBGE, IRN, O Blog dos Nomes (Nomes Femininos Aristocráticos do Seculo XIX), Paulo Drumond Braga - Leopoldina de Habsburgo, Rainha de Portugal, SPIE.

5 comentários:

  1. Acho muito pesado. Não acredito que possa se popularizar.

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  2. Não gosto, também acho muito pesado, e caricato :(

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  3. a mim não me soa a pesado.. mas não me soa bem. Acho que cá em Portugal ficou realmente um pouco inviabilizado devido à Leopoldina do Continente.

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  4. Acho que no Brasil deveria ter mais Leopoldinas devido à imperatriz e sua importância para a história do país. Quem sabe depois da novela atual as pessoas possam entender isso e escolher esse nome diferente?
    Novamente, parabéns pelo texto. Muito bem escrito!

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