O que é que Flávia tem em comum com nomes como Augusta, Aurélia, Cássia, Cláudia, Emília, Júlia, Máxima ou Octávia? Bem,
talvez já adivinhou. Para além de quase todos terem acentos e terminações parecidas,
são todos nomes típicos do Antigo Império Romano. Se tivéssemos a oportunidade
de viajar atrás no tempo até os primeiros séculos depois de Cristo na cidade de Roma
ou arredores, tenho a certeza de que ouviríamos e conheceríamos muitas mulheres
com nomes como estes. E não sei quanto a vocês, mas, realmente, isto adiciona
alguma maravilha aos nomes, torna-os mais brilhantes e especiais.
O nome tem origem latina em flavius, que significa de
cabelos loiros. À época era habitual atribuir-se nomes relacionados com
características físicas dos seus portadores ou familiares. No caso concreto de Flávia, o nome começou por ser um nome
de família romana, à semelhança dos nossos apelidos/sobrenomes. Depois, como
mandava a lei, era passado à descendência. Foi, inclusive, o nome de 8 imperatrizes
romanas, de entre as quais destaco os compostos Flávia Aurélia Eusébia e Flávia
Máxima Constância. A importância e impacto do nome eram tão grandes que
hoje a linha de imperadores desta família é conhecida como Dinastia Flávia ou Dinastia Flaviana.
No Brasil, os censos de 2010 indicam-nos
que cerca de 234 mil pessoas carregam atualmente consigo o nome Flávia, sendo que começou
a crescer substancialmente a partir da década de 60 atingindo o seu auge de
utilização nos anos 80! Assim sendo, é provável que conheça muitas Flávias de 40, 30 ou 20 anos. Era
realmente um nome muito popular. Desde então, o nome tem estado em recessão
tornando-se um nome datado (muito associado a gerações específicas). Hoje em
dia o nome é menos comum em bebés, mesmo assim, em 2015 nasceram em São Paulo
120 meninas com Flávia como primeiro
nome e outras várias em compostos como Ana
Flávia (56) e Flávia Alessandra (10),
este último provavelmente inspirado na conhecida atriz brasileira com o mesmo
nome.
Ao olharmos atentamente para os dados do
SPIE, que nos dão conta do uso de Flávia
ao longo dos anos em Portugal, pode-se constatar que este é um nome de uso
muito discreto, entre 1920 e 1980, raramente ultrapassando a fasquia dos 20
registos anuais, o que significa que dificilmente nasceriam mais do que 20 Flávias por ano ao longo de todo o século
XX. No entanto, ainda que não se possuam dados dessa altura, especula-se que o
número de registos tenha subido consideravelmente na década de 90 pela
quantidade de Flávias na casa dos 20
anos que se vão encontrando por aí. Atualmente, o nome reduziu novamente o número
de registos para 24 (2013), 19 (2014) e 14 (2015). Em termos de compostos, Flávia Alexandra também continua a ser um marco.
Em jeito de conclusão, vou apenas frisar
que Flávia, apesar de agora ser
datado, é um nome muito agradável e continua a manter o trunfo de ser um nome
internacional e com muita história associada. É um nome fluído e imperial!
Continua a ser uma boa escolha, na vossa opinião?
Fontes
Consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios, ARPEN/SP,
Behind the Name, Nameberry, IBGE, IRN, O Blog dos Nomes, SPIE, Wikipédia
(Dinastia Flávia).
Neste momento não consigo gostar de Flávia, mesmo associando-o ao Império Romano.
ResponderExcluirTambém acho Flávia um nome agradável. Foi muito comum na minha geração, mas adoraria conhecer uma pequena Flávia nos dias de hoje.
ResponderExcluirGostei muito do post, mas do nome nem tanto. Não é um nome mau, isso também é verdade, só não me agrada :)
ResponderExcluiré dos nomes femininos que menos gosto.. mas bom post, como sempre :)
ResponderExcluirEu amo o meu nome exatamente pelo peso histórico e por ñ ser tão comum hj em dia. Além do que minha mãe caprichou na combinação "Flávia Geisy". Espero que um dia ele volte a moda. Pois o acho simples, bonito e poderoso.
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