Um nome masculino que na nossa cultura
parece ter sido subjugado pela popularidade do seu equivalente feminino, Patrícia. Como acontece com muitos
nomes, quando um género se torna mais prevalente que outro, há uma tendência
para deixar o género menos apreciado de parte. E é um pouco nestes termos que
podemos de falar em Patrício.
Noutros palcos mundiais, onde Patrick é a versão privilegiada, o nome
tornou-se um clássico intemporal junto de nomes como Jacob, Peter ou James. Ainda que hoje seja
relativamente menos utilizado do que outrora, na Irlanda, onde existe uma
grande tradição em torno deste nome, Patrick
apresenta-se no top 20! Muita tradição se justifica através da figura de São Patrício, missionário bretão raptado e
escravizado por piratas aos 16 anos, que se tornou mais tarde Bispo da Irlanda,
convertendo muitos dos seus habitantes ao cristianismo – é o padroeiro do país
e o dia de São Patrício é
profundamente celebrado não só na Irlanda como um pouco por todo o mundo anglófono!
Como a Patrícia Monteiro explicou tão bem na sua publicação sobre o seu próprio nome, Patrício “deriva do latim patricius e significa nobre ou da pátria. O significado
de nobre provém da Roma antiga, onde a aristocracia romana, a nobreza, era
chamada assim. Os fidalgos desse período eram os patrícios, aqueles que
detinham a exclusiva possibilidade de se tornarem soberanos em Roma. Após a
queda do Império Romano, em 475 d.c., o termo "patrício" passou a ser usado na Europa Ocidental para indicar
nobres que governavam um município ou uma república aristocrática, enquanto que
no Império Bizantino indicava uma dignidade da corte. Com o passar do tempo, patrício passou a significar pessoa de
mesma pátria, compatriota.”
Em Portugal, entre 1920 e 1980 nunca foi um
nome sensação. Até aos anos 70 raros eram os registos anuais até que na década
de 70 se começaram a fazer notar os rapazes com este nome, apesar de nunca
terem sido mais de 60 os registos por ano (máximo atingido em 1976 com 53
registos). Hoje em dia o cenário continua bem discreto para Patrício que angariou dois registos em
2013, um em 2014 e cinco em 2015. Em 2014 ainda foram registados os compostos Diego Patrício, Duarte Patrício, Enzo Patrício,
Luan Patrício, Luís Patrício, João Patrício,
Rafael Patrício, Santiago Patrício
e Xavier Patrício.
No Brasil, Patrício também é um nome discreto mas aproveitou-se do sucesso de Patrícia nos anos 70 para subir a sua
popularidade também nessa mesma década, atingindo o seu máximo na década de 80!
No entanto, logo após os anos 80 começou a decrescer, ficando extremamente
associado a essa geração (pode ser considerado um nome datado e ultrapassado),
embora não tenha sido extremamente utilizado. Estima-se que existam cerca de 11
mil pessoas com este nome na totalidade do território do Brasil. Recentemente,
em São Paulo, em 2015 foram registados 4 meninos com este nome. Entre os
compostos registados – acredito que Patrício
é um excelente nome para compostos – o mais utilizado foi Miguel Patrício, seguido de Enzo
Patrício e Heitor Patrício.
Ainda que no estrangeiro a versão Patrício não seja muito utilizada o que
não falta são Patricks famosos,
entre os mais recentes, o Patrick Ewing, Swayze, Dempsey, Buchanan, Stewart e Wilson.
Que acham deste nome?
Fontes consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios, ARPEN/SP,
Behind the Name, IBGE, IRN, NameBerry, O Blog dos Nomes, SPIE.
Eu adoro Patrício.
ResponderExcluirDetesto.
ResponderExcluirIncluo Patrício no mesmo lote de nomes como Heleno, Olívio e Mariano, por exemplo. Todos ofuscados pelas versões femininas. Apesar de gostar muito do meu nome, não vejo a mesma beleza em Patrício, prefiro Patrick ou Fabrício, que tem a sonoridade bem parecida com Patrício. Obrigada pela menção Joana!
ResponderExcluirFeio que dói!
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