Recordo-me perfeitamente da figura de uma
tia-bisavó minha, senhora muito agradável e sorridente, pequenita, com o seu
cabelinho branco e uma travessa fininha a prender-lhe o cabelo. Uma figura
amorosa que fazia sentir muito confortável à sua volta. Esta foi sempre a
impressão que tive de Joaquina, um
nome muito simpático e ternurento mas, inevitavelmente, de velhinha.
Quando me debrucei sobre o estudo dos
nomes femininos mais utilizados pela aristocracia portuguesa no século XIX
(pode ler aqui), percebi claramente que Joaquina não era apenas uma escolha
normal, como era, de facto, o 10º nome mais utilizado pelas famílias desse
tempo! E olhando para os compostos mais utilizados nessa época também, constatou-se
que eram comuns nomes como: Joana
Joaquina, Ana Joaquina, Maria Joaquina, Joaquina Matilde e Joaquina
Rosa.
Ainda diretamente do século XIX chega-nos,
também, o composto Carlota Joaquina,
nome da Rainha de Portugal, de naturalidade espanhola, casada com o Rei D. João VI, que juntos viveram cenas dramáticas
na vida política e bélica de Portugal, sendo o seu reinado marcado pelas invasões
francesas e pela fuga da Corte para o Brasil, deixando o país à sua própria
mercê. Fruto deste casamento real, nasceram 9 infantes e infantas portuguesas,
tendo 3 delas recebido o nome Joaquina
algures no seu comprido nome!
Desde essa altura histórica, o uso do nome
tem vindo a decrescer abruptamente, embora, segundo dados fornecidos pelo SPIE,
a frequência de uso do nome no abrir do século XX se tivesse mantido nos 500
registos anuais o que, hoje em dia corresponderia ao uso de nomes como Clara, Diana, Luana, Madalena e Mafalda, em Portugal. Ao longo das décadas, Joaquina foi perdendo o seu esplendor para as famílias portuguesas
até os nossos dias, onde é considerado um nome antigo e, muitas vezes,
ultrapassado. Em 2013 nasceu apenas uma Daniela
Joaquina e em 2014, uma menina chamada Joaquina Inês! Em 2015, assemelhou-se o mesmo caso, tendo nascido também apenas uma menina Joaquina.
Trata-se, naturalmente, da versão feminina
de Joaquim, um nome bem mais
apreciado no presente e que detém raízes hebraicas, presumindo-se que signifique
“criado por Yahweh”, um nome que
seria atribuído a Deus, antigamente.
Nas artes destaca-se a figura da Marquesa
de Santa Cruz, Joaquina Téllez-Girón,
maravilhosamente pintada por Goya!
Qual é a vossa impressão deste nome?
Gosto :)
ResponderExcluirNome de velhinha ou não não me importa, gosto muito de Joaquina.
ResponderExcluirAcho pesado, mas da versão masculina gosto muito!
ResponderExcluirEu gosto.
ResponderExcluirnão consigo gostar :/ Joaquim já gosto mais.
ResponderExcluirBom post :)
Joaquim é o nome do meu pai e amo muito este nome, mas a história bíblica do rei Joaquim é meio triste (mas teve um final feliz)! Acho Joaquina esquecido tal como Josefine e Augusta. Muitos torcem o nariz. Joaquim voltou com tudo, quem sabe depois da novela do sbt, a versão feminina ganhe um pouco mais de simpatia?! Gosto da versão feminina! :)
ResponderExcluirPrimeiro que Carlota Joaquina foi casada com o rei Dom João VI e não IV, como está no texto. Segundo que não foi fuga e nem abandonaram o país à própria sorte. Foi uma jogada de mestre com Napoleão Bonaparte que queria dominar Portugal. A ideia era unir o reino de Portugal com o Brasil. Seu conhecimento de história é bem fraco.
ResponderExcluirO nome é até interessante, mas não acho muito usável hoje em dia.Prefiro Joana.
Artigo interessante! Vim ler pois a minha mãe chama-se Joaquina com os seus quase 83 anos e a minha bisavó materna também se chama a Joaquina. Era um nome muito comum no passado em Portugal.
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