sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Eça


Eça é um nome muito curioso. E bonito, permitam-me acrescentar. A maior parte de nós conhecê-lo-á como apelido/sobrenome, muito de nós também associarão imediatamente à figura do grande escritor português do século XIX, José Maria de Eça de Queirós.

Antes que avancemos, vou aproveitar para esclarecer que Eça não é considerado um nome próprio pelo Instituto do Registo e Notariado português, a entidade que regulamenta e autoriza o uso de nomes próprios em Portugal. Isto significa que, se é português e pretende dar este nome a um filho seu, terá a porta barrada com um forte não. Como aliás, já aconteceu no passado. Ainda assim, no Brasil, sabe-se que o nome foi atribuído a 44 pessoas, nascidas entre 1930 e 2000.

Eça é um nome que se entranha na História do Reino de Portugal, nas profundezas da Idade Média e é talvez por isso que a mim me parece um nome fascinante. Reza a história que os primeiros Eças viriam de uma terra com o mesmo nome (ou com a grafia original, Eza), em terras galegas, e depressa se entranharam na corte portuguesa. Sabe-se, inclusive, que da mítica união de D. Pedro I e D. Inês de Castro, surgiram vários filhos, um deles D. João que viria a ser pai de D. Fernando de Portugal a quem foi concedido o senhorio da Vila de Eça, na Galiza. Ao lhe ser concedido o senhorio, passou a ser conhecido como D. Fernando de Eça (1379-1478), deixando larga descendência até aos nossos dias.

Fazer de Eça um nome próprio não seria uma situação insólita e sem precedentes. Na verdade, muitos nomes próprios começaram por ter origem toponímia, isto é, começaram por ser nome de um determinado território geográfico. A título de exemplo recordo Assis (cidade em Itália) ou Viena (cidade na Áustria). Do mesmo modo, existem muitos nomes próprios que começaram por ser utilizados apenas para designar a naturalidade dos seus portadores como, por exemplo, Avelina ou Evelina (de Ávila) ou até mesmo Luca, Lucas ou Lucano (da Lucânia).

Eça tem um ar muito medieval, muito histórico e muito profundo que me atrai imensamente. Também tem uma veia aristocrática e erudita que é fantástica. Acredito que daria um bom nome masculino para ser utilizado em português, apesar de não ter esperança numa popularização. Também me lembra o querido Egas, um nome também medieval, aristocrático e muito português!

Que acham de Eça?

   
Fontes consultadas:
ARPEN/SP, Heraldry Institute, IBGE, IRN, O Blog dos Nomes, SPIE e Wikipedia. 

11 comentários:

  1. Não é um nome que me encanta.

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  2. Eu gosto muito, acho uma pena não dar para usar. O único senão que vejo no nome é a cedilha que nos dias de hoje em que se está na Internet e viajasse por todo o mundo o nome irá ser lido como Eca em vez de Eça.

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  3. A associação à Eça de Queirós faz o nome ganhar um brilho especial.

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  4. Não gosto mas o post ta lindo
    Gostaria de saber sobre o nome Rosangela desde ja agradeco

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    1. Assim que possível abordaremos o nome Rosângela. Agradecemos a participação.
      Equipe O Blog dos Nomes

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  5. Meu sobrenome é Eça.

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  6. Apesar de ser um nome bem curto, as pessoas ainda fazem muita confusão... rsrsr... mesmo soletrando é difícil compreender a escrita do Eça, porém, particularmente eu adoro.

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    1. Sim, meu sobrenome é Eça também e toda vez tenho que soletrá-lo para as pessoas ou até mesmo eu mesmo escrever.

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  7. O meu sobrenome é Eça

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  8. Meu nome Kelly Christinne Eça

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  9. Amo meu sobrenome EÇA, e algum tempo tenho tido curiosidade
    de encontrar seu significado e origem.

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