Eça é
um nome muito curioso. E bonito, permitam-me acrescentar. A maior parte de nós
conhecê-lo-á como apelido/sobrenome, muito de nós também associarão
imediatamente à figura do grande escritor português do século XIX, José Maria de Eça de Queirós.
Antes que avancemos, vou aproveitar para
esclarecer que Eça não é considerado
um nome próprio pelo Instituto do Registo
e Notariado português, a entidade que regulamenta e autoriza o uso de nomes
próprios em Portugal. Isto significa que, se é português e pretende dar este
nome a um filho seu, terá a porta barrada com um forte não. Como aliás, já
aconteceu no passado. Ainda assim, no Brasil, sabe-se que o nome foi atribuído a
44 pessoas, nascidas entre 1930 e 2000.
Eça é
um nome que se entranha na História do Reino de Portugal, nas profundezas da
Idade Média e é talvez por isso que a mim me parece um nome fascinante. Reza a
história que os primeiros Eças
viriam de uma terra com o mesmo nome (ou com a grafia original, Eza), em terras
galegas, e depressa se entranharam na corte portuguesa. Sabe-se, inclusive, que
da mítica união de D. Pedro I e D. Inês de Castro, surgiram vários filhos,
um deles D. João que viria a ser pai
de D. Fernando de Portugal a quem
foi concedido o senhorio da Vila de Eça,
na Galiza. Ao lhe ser concedido o senhorio, passou a ser conhecido como D. Fernando de Eça (1379-1478), deixando larga descendência até aos nossos dias.
Fazer de Eça um nome próprio não seria uma situação insólita e sem
precedentes. Na verdade, muitos nomes próprios começaram por ter origem toponímia,
isto é, começaram por ser nome de um determinado território geográfico. A título de exemplo
recordo Assis (cidade em Itália) ou Viena (cidade na Áustria). Do mesmo
modo, existem muitos nomes próprios que começaram por ser utilizados apenas para designar
a naturalidade dos seus portadores como, por exemplo, Avelina ou Evelina (de Ávila)
ou até mesmo Luca, Lucas ou Lucano (da Lucânia).
Eça
tem um ar muito medieval, muito histórico e muito profundo que me atrai
imensamente. Também tem uma veia aristocrática e erudita que é fantástica. Acredito
que daria um bom nome masculino para ser utilizado em português, apesar de não
ter esperança numa popularização. Também me lembra o querido Egas, um nome também medieval, aristocrático
e muito português!
Que acham de Eça?
Fontes consultadas:
ARPEN/SP,
Heraldry Institute, IBGE, IRN, O Blog dos Nomes, SPIE e Wikipedia.
Não é um nome que me encanta.
ResponderExcluirEu gosto muito, acho uma pena não dar para usar. O único senão que vejo no nome é a cedilha que nos dias de hoje em que se está na Internet e viajasse por todo o mundo o nome irá ser lido como Eca em vez de Eça.
ResponderExcluirA associação à Eça de Queirós faz o nome ganhar um brilho especial.
ResponderExcluirNão gosto mas o post ta lindo
ResponderExcluirGostaria de saber sobre o nome Rosangela desde ja agradeco
Assim que possível abordaremos o nome Rosângela. Agradecemos a participação.
ExcluirEquipe O Blog dos Nomes
Meu sobrenome é Eça.
ResponderExcluirApesar de ser um nome bem curto, as pessoas ainda fazem muita confusão... rsrsr... mesmo soletrando é difícil compreender a escrita do Eça, porém, particularmente eu adoro.
ResponderExcluirSim, meu sobrenome é Eça também e toda vez tenho que soletrá-lo para as pessoas ou até mesmo eu mesmo escrever.
ExcluirO meu sobrenome é Eça
ResponderExcluirMeu nome Kelly Christinne Eça
ResponderExcluirAmo meu sobrenome EÇA, e algum tempo tenho tido curiosidade
ResponderExcluirde encontrar seu significado e origem.