quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Orfeu


Na Mitologia Grega, filho de Calíope e Apolo, Orfeu era conhecido como o maior poeta e músico que o mundo alguma vez conheceu. Com a lira (instrumento musical) que seu pai lhe oferecera, Orfeu fazia música tão bonita que as árvores dançavam e os rios paravam para a escutar. Os pássaros cantavam mais docemente e os demais animais perdiam o medo. Os Homens, também esses se encantavam e encantou-se também Eurídice, uma ninfa por quem Orfeu se apaixonou e se tornou sua mulher. Por intervenção fatalista do destino, Eurídice morre e Orfeu desce ao submundo acompanhado pela sua lira, encantando o barqueiro, o cão que vigiava os portões do Mundo dos Mortos e o próprio Deus do Submundo, convencendo-o a devolver-lhe a amada à vida. Porém, impõe-lhe a condição de não olhar Eurídice uma única vez até que se encontrasse novamente na Terra. O jovem músico e poeta, demasiado sensibilizado por ter a mulher de novo consigo não conseguiu resistir à tentação e olhando-a de relance, perdeu-a tragicamente para sempre.

O nome transporta em si uma história impressionante e detém um vínculo extraordinário às artes, aspetos que particularmente aprecio muito. Em termos de significado, presume-se que Orfeu deriva da palavra grega orphne, que quer dizer a escuridão da noite, mais um aspeto interessantíssimo que se adiciona a este nome. E como entusiasta de conjuntos temáticos, não posso deixar de referir que simplesmente adoro a ideia de um par de irmãos (ou gémeos, até) Lira & Orfeu! Tão musical e mágico!

Trata-se de um nome com uma sonoridade e presença muito fortes mas, lamentavelmente não é aceite em Portugal como nome próprio, ao contrário de todos os outros nomes apresentados neste texto. No Brasil, no entanto, continua a se apresentar como opção (viável) a quem o queira utilizar.

Como referências além da personagem da mitologia grega, mas a si associado, refiro a Revista Orpheu, uma famosa revista literária criada pelos génios portugueses Fernando Pessoa e Mário Sá-Carneiro. Uma revista muito polémica que veio a revolucionar a sociedade ao apresentar o futurismo e outras vertentes da arte como alternativa aos seus sectores mais conservadores.

Joana Recharte.


Consideram Orfeu utilizável como nome próprio na nossa língua?

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