Há nomes que vivem uma fervorosa
popularidade, são queridos, são bem-amados, todos os querem. No fundo, é tudo
isso que caracteriza um nome da moda: tem de ser um nome que muita gente
aprecie e a sua beleza seja consensual para a maioria da população. Inquestionavelmente,
Santiago é um desses nomes, um nome
que marcou a última década em Portugal e agora é o seu número 1!!
É difícil dizer que fatores despoletam uma
apreciação global de um nome, muitas vezes parte da cultura específica de um
país ou região, nem que seja através das novelas, e depois a moda vai-se
espalhando, casa a casa, ano após ano. É muito curioso este fenómeno, mas a
grande questão que se coloca é: Santiago
será popular o tempo suficiente para ser considerado um nome clássico (como Alexandre ou Miguel, que sempre foram usados) ou esfumar-se-á no tempo (como Marco ou Sérgio, que foram usados só em décadas específicas). A verdade é
que teremos de esperar para ver onde o tempo leva este nome!
Quando olhamos para os registos do nome
entre 1920 e 1980 temos uma grande surpresa. Santiago era um nome raríssimo, ainda menos utilizado que Egas ou Sancho, por exemplo. Em 60 anos apenas 21 rapazes receberam este
nome, e nunca houve mais do que 3 registos por ano! Deveras surpreendente
quando cruzamos estes dados com a atualidade. Em 2011 Santiago já se
apresentava no 15º lugar do ranking português, subindo para 14º em 2012, 5º
lugar em 2013 (1406 registos), posição que manteve em 2014 (1428 registos), e
subindo mais uma vez em 2015 para o 4º lugar (1632). Mas a surpresa das surpresas chegou há bem pouco tempo! Em 2016, fazendo história e assumindo a sua hegemonia absoluta, em 2016 Santiago destrona o favorito português e conquista o 1º lugar dos nomes masculinos mais usados em Portugal (2102 registos).
De igual modo, Santiago era praticamente desconhecido no Brasil até finais dos
anos 90 e inícios dos anos zero, altura a partir da qual começou a subir até aos
nossos dias. É difícil seguir o percurso de Santiago no Brasil nos últimos anos, devido à falta de dados que se
faz sentir. Podemos é dizer com toda a certeza que Santiago estreia-se pela primeira vez no top 100 no ano de 2015,
onde conquistou a 93ª posição, mas logo em 2016 abandonou o top. Este
aparecimento fugaz de Santiago no top
brasileiro é um alerta que nos diz que o nome está a ser amplamente utilizado
por todo o território brasileiro e talvez já não seja uma escolha tão original
quanto se possa pensar! Em São Paulo (2015), curiosamente, foram apenas registados
57 meninos com este nome, sendo os compostos mais utilizados Arthur Santiago, Davi Santiago e Miguel
Santiago.
Na sua origem, Santiago está ligado a Jacob (do hebraico que significa aquele que
sucede), conforme explicámos na publicação sobre Tiago: “Jacob chegou a
território português sob a sua forma original e sob a forma ibérica Iago. Esta última variação do nome
tornou-se muito apelativa para os portugueses e espanhóis que o usaram de forma
pouco contida no início do período medieval e terá sido precisamente a variante
Iago que deu nome ao Santo com
grande tradição na zona Oeste de Espanha (Santo Iago), cuja aglutinação viria a criar Santiago.” Vale mencionar que Santiago é o padroeiro da Espanha, da Galícia, e de inúmeras localidades hispânicas.
Em termos de referências geográficas temos Santiago de Compostela (em Espanha), grande lugar de peregrinação desde a Idade Média até à atualidade e Santiago (capital do Chile).
Em termos de referências geográficas temos Santiago de Compostela (em Espanha), grande lugar de peregrinação desde a Idade Média até à atualidade e Santiago (capital do Chile).
Que acham de Santiago? A popularidade incomoda-vos?
Fontes
consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios, ARPEN/SP,
Behind the Name, Diário de Notícias, IBGE, IRN, Jornal de Notícias, Nomes e
Mais Nomes, O Blog dos Nomes e SPIE.
Detesto.
ResponderExcluirSimpatizo, mas ainda prefiro apenas Iago. No Brasil tb é usado como sobrenome.
ResponderExcluirAté achei graça quando o conheci mas a popularidade fez perder toda a graça.
ResponderExcluirAmo <3
ResponderExcluirUma pena que em Portugal aconteceu com ele o mesmo que aconteceu com o meu top1 de muitos anos atrás aqui no Brasil (Miguel)
Meu top3 masculino tem nomes que ainda podem ser considerados diferentes, mas eu percebo possibilidade de modinha com os 3 :(