Somos violentos e preconceituosos para com
certos nomes. A verdade é esta. Muitas vezes, porque o associamos a coisas ou
pessoas negativas. Este fenómeno é muito comum a nível pessoal, todos nós temos
um nome que associamos a alguém de quem não gostamos e acabamos por o renegar.
Quando o fenómeno é social e de grande magnitude, o nome fica devastado. Não encontro
forma melhor para explicar o que se passou com Adolfo.
Não fazendo qualquer leitura social, reconheço
em Adolfo um nome bonito, forte e com potencial para ser um bom nome vintage ao lado de nomes como Jaime, Inácio e Teodoro. Se
formos a ver também em termos de sonoridade, Adolfo e Afonso não
andam assim tão distantes um do outro. O som do F no meio do nome dá-lhes um ar
muito cúmplice e harmonioso. E, sob outras circunstâncias, talvez a
popularidade de Afonso fosse capaz
de elevar Adolfo nos registos anuais
de Portugal e Brasil. Infelizmente, sabemos que tal não vai acontecer, do mesmo
modo que nomes como Caim, Judas e Nero nunca foram recuperados pelas populações. São os malfeitores
da história, lembrados como os maiores vilões da humanidade.
Mas, antes dessa personalidade mais negativa, Adolfo era um nome absolutamente
normal, igual a tantos outros. Na sua origem, é um nome de origem germânica que junta os elementos adal, que significa nobre, e wulf, que significa lobo. As duas palavras juntas deram origem ao nome Adalwolf que chegou até nós como Adolfo, o nobre lobo. Antigamente, inclusive, até tinha a grande qualidade
de ser um nome de veias aristocráticas. Estava muito presente na casa real
sueca e foi, inclusive o nome de vários reis nos compostos Adolfo Frederico e Gustavo Adolfo.
Quase paradoxalmente, é também o nome de um vencedor do Prémio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel – o que também nos relembra que a pessoa faz o nome e não o contrário!
Em Portugal e Brasil o nome continuou a
ser usado normalmente até à década de 60, onde até então em Portugal havia, em
média, 40 registos anuais, e no Brasil mais de 1000 registos. Recentemente, em Portugal no ano de 2013 foram registados quatro Adolfos,
em 2014 foram registados outros quatro e em 2015, cinco. Em 2014 foram também
registados os compostos Adolfo João
(2), Adolfo Vicente, Kevin Adolfo, João Adolfo e Santiago Adolfo. Do
outro lado do Atlântico, em São Paulo em 2015 foram registados também quatro meninos
com este nome!
É um nome muito polémico!
Seriam capazes
de o usar mesmo com este peso social?
Fonte
Consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprio, ARPEN/SP,
Behind the Name, IBGE, IRN, NameBerry, Wikipedia (Reis da Suécia).
Não gosto de Adolfo. Tentando esquecer a criatura que estragou este nome, acho a sonoridade feia e pesada.
ResponderExcluirPra mim não é tão polêmico porque vejo Adolfo e Adolf como nomes distintos. Sempre associo Adolfo ao fundador da rede Manchete, o empresário Adolfo Bloch(que aliás tinha uma figura muito amável!). Não usaria não por o achar inadequado, mas apenas por o achar ultrapassado e a sonoridade não me agrada. O equiparo à Rodolfo.
ResponderExcluirNão usaria. Mas olhando para o nome em si não acho muito mau.
ResponderExcluiracho Adolfo cómico. Dissocio bem Adolfo de Adolf e por tal, não o vejo como sendo um nome muito pesado.
ResponderExcluirA semelhança entre Adolfo e Rodolfo, me faz escolher apenas um. Fico com Rodolfo, que é um belo nome. Aliás, até achei que já tivesse lido um texto sobre Rodolpho aqui no Blog dos nomes, mas me enganei.
ResponderExcluir