Inês é um nome
incontornável da História de Portugal por ter sido “mísera e mesquinha que
depois de morta foi rainha”, como a descreveu e imortalizou Camões no seu poema
épico Os Lusíadas. Inês de Castro, a eterna amada e amante
de D.Pedro I de Portugal, que foi assassinada de forma trágica a mandado do pai deste,
o rei Afonso IV de Portugal. A história dos dois enamorados começa em 1340
quando D. Inês, filha bastarda de um
poderoso fidalgo castelhano e irmã de senhores de grande poder político e senhorial,
veio acompanhar a princesa D. Constança Manuel, prometida de D. Pedro, até
Portugal para a servir como sua aia. Porém quis o destino que o herdeiro ao
trono português caísse enamorado da bela Inês
e não da sua senhora Constança.
Pedro teve filhos com as duas mulheres e entre intrigas e
ódios palacianos que conjeturavam que os filhos bastardos de Inês tentariam roubar o trono ao
herdeiro legítimo, filho de D.Constança, ou que os irmãos de D.Inês, influentes na corte castelhana,
tentavam pressionar D.Pedro a tomar o trono de Castela, o que poderia levar
Portugal a entrar nas lutas dinásticas do reino vizinho. Por estes ou outros
motivos, o rei Afonso IV, pai de D.Pedro, decidiu mandar matar Inês em janeiro de 1355.
Quando Pedro soube da terrível tragédia, cego de dor e
angústia, jurou vingança. Dois anos depois, o rei seu pai morria e D.Pedro
herdava a coroa de Portugal. A tradição popular conta que o agora rei mandou
perseguir os três carrascos da sua amada. Diogo Lopes Pacheco conseguiu fugir
para França, mas Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram executados
retirando-lhes os corações, um pelo peito e outro pelas costas, e os seus
corpos posteriormente queimados. Quanto à sua eterna amada Inês, D. Pedro mandou desenterra-la e sentá-la no trono de Portugal
e, diante do povo português, coroou-a Rainha, obrigando todos os nobres a
beijar-lhe a mão.
No ano de 2013, Inês
contou com 1127 registos em Portugal, ocupando o 8º lugar do top 10. No ano
seguinte (2014), mantendo o mesmo lugar no raking,
contou com 1062. E no ano posterior (2015), ainda no 8º lugar, Inês teve 1001 registos.
Inês é tão
popular agora como poderá ter sido noutras épocas em Portugal, Espanha e nos
países onde se falam as suas línguas. Com origem no espanhol Inez, uma variação de Agnes que vem do grego hagnes, Inês significa “pura”, “casta” ou “cordeiro”. O nome Inês está
também associado ao espanhol Ignez,
variante gráfica Inêz.
Este nome foi difundido através
de Santa Agnes (ou Santa Inês)
nascida no final do século III em Roma e que terá sido morta com cerca de 13
anos por ter recusado a cobiça de Fúlvio, filho do prefeito de Roma naquela
época.
Noutras línguas:
Agnes,
Hagne (grego), Oanez (bretão), Agnès (catalão), Agneza, Ines, Janja, Nensi (croata), Agnes, Agnete, Agnetha, Agnethe (dinamarquês), Agnes, Nes, Neske (holandês), Agnes,
Annis, Inez, Aggie, Annice, Nan, Nancy (inglês), Age (estoniano), Aune, Iines
(finlandês), Agnès, Inès (francês), Agnes (alemão), Ágnes, Ági (húngaro), Agnes
(islandês), Aignéis, Nainsí
(irlandês), Agnese, Ines (italiano),
Agneses, Agnija (letão), Agné (lituano), Agnija (macedónio), Agnes,
Agnetha (norueguês), Agnieszka,
Jagienka, Jagna, Jagusia (polonês), Agnessa
(russo), Agnija, Janja (sérvio), Agnesa (eslovaco), Ines (esloveno), Inés
(espanhol), Agnes, Agneta, Agnetha
(sueco), Nest, Nesta (galês).
A História mundial conta com muitas mulheres de nome Inês ou
das suas variantes, entre as quais, destacamos:
- Inês de Áustria ou Inês de Babemberga (1111 - 1157) – filha de Leopoldo III da Áustria e esposa de Vladislau II da Polónia;
- Agnes ou Inês de Courtenay (1133 – 1184/1185) – primeira esposa do rei Amalrico I de Jerusalém;
- Inês Peres – mãe de Afonso de Portugal, 1º duque de Bragança, filho natural do rei João I de Portugal;
- Inês Martins Cardoso – foi juntamente com o marido Álvaro Martins Homem uma das primeiras famílias a povoar a ilha Terceira nos Açores, na segunda metade do século XV;
- Inês da Aquitânia ou Agnes de Poitou – imperatriz consorte e regente do Sacro Império Romano-Gemânico de 1056 a 1062 durante a infância do filho;
- Inês da Borgonha (1407-1476) – duquesa de Bourbon;
- Inês de Merânia (1180-1204) – filha do duque Bertoldo IV de Merânia e consorte de Filipe II de França;
- Inessa Armand, nascida Inès Stéphane (1874-1920) – comunista francesa que teve um prolongado romance com o líder soviético, Vladimir Lenin.
De entre alguns compostos de séculos passados, temos:
Agnes Francisca
(ano 1696), Amélia Inês (ano 1906),
Ana Inês (1805), Ana Maria Inês (1803), Antónia Inês (1805), Carlota Inês (1850), Catarina Inês Luzia (1806), Ema Inês (1906), Emília Inês (1833), Emiliana Inês (1817), Gertrudes Inês Antónia (1806), Helena Inês (1851), Inês Águeda (1809), Inês
Alexandrina (1827), Inês Amália
(1840), Inês Bela (1552), Inês Caetana (1770), Inês do Carmo (1802), Inês Cecília (1754), Inês Clara (1799), Inês Dinis (1488), Inês
Emília da Soledade (1854), Inês
Francisca (1598), Inês Genoveva
(1819), Inês da Glória (1803), Inês Jacinta Roa (1813), Inês Joana Rosa (1807), Inês Joaquina (1820), Inês Júlia (1811), Inês Leonor (1817), Inês
Luísa (1885), Inês Mafalda (1835), Inês Margarida (1817), Inês Maria (1855), Inês Maria Salomé (1804), Inês
Matilde (1802), Inês Porciana
(1823), Inês Simoa (1546), Inês Teodora (1726), Inês Teresa (1822), Inês Tomásia (1807).
Telma Oliveira.
Qual dos compostos usariam atualmente?
Gosto de Inês se pensar no contexto medieval. Com tantas "Ineses" à minha volta já me fartei do nome.
ResponderExcluirEstou em choque com a história de amor de D.Pedro e Inês, não conhecia seus pormenores, achei muito profunda, ao mesmo tempo bela e sombria! Quanto ao nome Inês, gosto muito, acho delicado, elegante e bonito, além de carismático. Também gosto muito de Agnes. Como composto para a atualidade usaria Maria Inês, acho que independente da época Maria sempre forma bons compostos. Gostei muito do post Telma, ficou ótimo!
ResponderExcluirObrigada, Patrícia :) A história de Pedro e Inês foi uma das histórias que sempre me chamou muito a atenção, uma das quais me fez apaixonar por História, ainda que haja sempre variações no que se diz dela, como é o caso do real motivo porque foi morta a dama Inês... enfim, já lá vão muitos séculos e todos gostam de opinar e até "acrescentar um ponto ao conto".
ResponderExcluirE talvez seja por eu gostar muito de história que gosto mais de pensar Inês como um nome medieval e não como o popularíssimo da atualidade.
nunca gostei de Inês, acho que nunca vou gostar por associar a pessoas e sensações más.. no entanto, não vou dizer que acho que é um mau nome...
ResponderExcluirAcho a história de Pedro e Inês uma das mais belas histórias de amor. Gosto muito do nome Inês, mas como é tão popular perdeu um pouco o encanto para mim como aconteceu com Leonor que também gostava muito. Mas não deixam de ser dois nomes muito bonitos.
ResponderExcluirah o amor... Na história da humanidade sempre há história de amores trágicos e impossíveis... nunca ouvi falar dessa história e ainda fui pesquisar D. Pedro I de Portugal x D. Pedro I do Brasil... e haja Pedro nessa história de reinados.
ResponderExcluirQuanto a Inês (que foto é essa?! Maravilhosa, deu até vontade de ter uma dessa rs, rs), prefiro sempre Z. INEZ. Mas não entra em minhas preferências, está longe disso... acho um nome meio cego, precisa de luz para acompanhar.
Esse nome me é muito querido, pois é o nome da minha mãe.
ResponderExcluirEu amo esse nome..ele é muito lindooooooo eu super colocaria numa filha minha. Obrigada pela postagem,como sempre vocês arrasam.
ResponderExcluirO nome da minha tia é Maria Inês. Ela tem a personalidade bem forte e é bem sofredora tbm. Penso sempre em uma pessoa direta e que fala o que pensa como a minha tia. Nome curtinho e cheio de atitude, assim é Ines. É num nome feminino que não tem a letra "a" o que acho bem interessante.
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