Apesar de ser um nome com uma sonoridade
extraordinária e com uma força incrível, o nome Caim caiu na desgraça através da história bíblica que o apresenta
como filho de Adão e Eva, um Homem tocado pelo ciúme e pelo
egoísmo.
A Bíblia fala-nos de um Caim trabalhador e esforçado mas que nunca sentia a sua dedicação
ser reconhecida por Deus, que sempre preferia as oferendas do seu irmão Abel, que era pastor (Caim era agricultor). Frustrado por
ficar sempre atrás do seu irmão, Caim
envolve-se numa luta com este e acaba por o ferir mortalmente, tornando-se
assim o primeiro assassino da Bíblia. Através desta história, a figura de Caim tem vindo a ser evocada para
designar a maldade humana, tendo inclusive inspirado vários artistas mundiais a
criar obras em torno da sua pessoa. Um desses artistas foi o Nobel da
Literatura, José Saramago que em
2009 lança o romance Caim, uma obra absolutamente
polémica do ponto de vista religioso, onde o autor explora esta luta pelo amor
de Deus como um assunto atual que continua a justificar tantos conflitos
contemporâneos, criticando a atitude de oferenda e de bajulação de Abel e Caim, bem como dos povos modernos, e culpando Deus pela
competitividade e ganância dos Homens. A história é contada através dos olhos
de Caim, reestruturando a nossa fé
na personagem.
O nome em si tem origem no hebraico, sendo
que de acordo com o Behind The Name,
significa adquirido, alcançado! Em termos internacionais, Caim poderia ter alguma dificuldade em apresentar-se como a sua
variante anglófona – Cain – uma vez
que a forma de pronunciar um e outro é substancialmente diferente.
Outros povos, nomeadamente os
norte-americanos e os britânicos têm começado a ver o nome com outros olhos, encontrando-se
atualmente no auge da sua popularidade! Em Portugal, a tradição do uso de Caim é tão rara (ou nula) que não
encontramos registos durante o século XX e atualmente o nome é omisso da lista
de nomes admitidos em Portugal. Não é certo se existe interdição ou não. Se a
houver, deve-se a motivos religiosos, mas mesmo assim não creio que se
justifique. Atrevo-me, inclusive, a dizer que a maior parte do povo não deve
conhecer detalhadamente a história bíblica e não terá uma visão negativa do
nome. Eu, mesmo conhecendo a história, não tenho qualquer preconceito contra o
nome Caim, pelo contrário, gosto
muito dele, acho-o forte e imponente! Adoro a sonoridade e acho que faria um
sucesso em compostos!
Joana
Recharte.
Que pensamentos vos acompanham quando pensam
em Caim?
Pensamentos muito negativos...o nome é até bonito, mas tem uma conotação muito ruim, negativa. É tipo Judas. Impensável.
ResponderExcluirConcordo com a Patricia, é como Judas mas gosto dos dois. Mas não usaria pela conotação negativa.
ResponderExcluirGosto de José Caim.
A conotação não ajuda.
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