sábado, 7 de novembro de 2015

Brás


Nasci numa terra da qual São Brás é padroeiro, existindo uma Igreja em sua honra, Igreja onde praticamente todos os meus antepassados foram batizados, se casaram e se procedeu a todo o outro tipo de cerimónias, envolvendo-os. É-me quase impossível não ter Brás na minha história, e recordo vividamente a História do Santo contada através da arte da azulejaria nas paredes: um médico arménio que foi sagrado Bispo de Sebaste e posteriormente declarado mártir, por ter sido morto pelos perseguidores romanos. Sempre ouvimos muitas histórias sobre a bondade deste santo e sobre os milagres que praticou, tornando-se uma figura muito querida por todos nós, que crescemos a ouvir estas maravilhas.

No entanto, Brás é um nome incomum entre o povo português e o povo brasileiro nos nossos os dias, mas raros serão aqueles que nunca ouviram falar neste nome. No Brasil, a título de exemplo, é o nome de uma localidade de São Paulo e de um município de Minas Gerais, sendo também o nome de várias personalidades como Brás Chediak cineasta brasileiro, responsável pela adaptação cinematográfica da obra O Meu Pé de Laranja Lima (1970); Brás Esteves Leme, um bandeirante paulista do século XVII, conhecido pelas suas expedições em Minas Gerais em busca de Esmeraldas; nome de um Marquês das Minas do século XIX, de um Barão de Pernambuco do século XIX (Brás Carneiro Leão), de um governador da capitania de São Paulo e Minas de Ouro (Brás Baltasar da Silveira – 1674-1751) e do Conde de Baependi!

No passado, sobretudo na época dos Descobrimentos Marítimos, Brás era um nome muito comum (a grafia arcaica era Braz), sendo portador Brás Soares de Sousa, capitão donatário da Ilha de Santa Maria (Açores) e Brás Garcia de Mascarenhas, militar e poeta português que escreveu o conhecido poema Viriato Trágico. Entretanto, o uso deste nome foi diminuído, sendo raro ao longo de todo o século XX e mesmo no abrir do século XXI. Em 2013, Brás não obteve nenhum registo e em 2014 foi apenas registado no composto Daniel Brás.

É um nome sonoramente forte apesar de ser considerado um nome curto! Pode ser uma alternativa interessante para 2015 e adiante, embora reconheça que possui mais tradição no Brasil do que em Portugal e que não cumpre o critério da internacionalidade (basta pensarmos no significado da palavra, sem acento, em inglês). Em francês, Brás corresponde a Blaise que foi o nome do matemático e filósofo Blaise Pascal (1623-1662), sendo também o nome de uma personagem da saga Harry Potter (Blaise Zabini) e uma personagem das lendas arturianas, que estaria responsável por encaminhar Merlin para o Bem. O nome deriva do latim blasius, que mantém etimologia incerta, embora algumas fontes apontem para o significado gaguejar.

Joana Recharte.


Que acham do nome Brás?

4 comentários:

  1. Brás me lembra o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, do maior escritor brasileiro, Machado de Assis. Simpatizo com o nome, acho q fica bem como segundo elemento em compostos.

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  2. Amo porque me lembra Memórias Póstumas de Brás Cubas e além de ser meu livro favorito, foi escrito pelo maior escritor da literatura brasileira. Mas não sei se eu usaria, talvez sim.

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