domingo, 11 de outubro de 2015

Fernão & Fernán


Fernán e Fernão são dois nomes que provém do nome Ferdinand que significa "pronto para a jornada" Fard (pronto) e Nand (jornada). Estas versões em português (Fernão) e espanhol (Fernán) são nomes que carregam muita história sendo estes os nomes de pessoas que marcaram a história tanto de Portugal quanto da Espanha.


Um dos Fernão mais conhecidos de Portugal é Fernão Lopes. Este nasceu em Lisboa entre 1380 e 1390 e faleceu também em Lisboa, possivelmente no ano de 1460. Foi guarda-mor da Torre do Tombo, tabelião geral do reino e cronista de todo o reino de Portugal, e até antes de Portugal ser reino, no entanto, desde o tempo do borgonhês Conde D. Henrique até Pedro I de Portugal, as suas Crônicas levaram sumiço (ou desapareceram, no tempo do rei D. Afonso V), restando apenas o que ficou: de D. Pedro I a D. João I.



A respeito da vida de Fernão Lopes carecem os dados biográficos conclusivos. A hipótese é de que o cronista-historiador teria nascido na cidade de Lisboa entre os anos de 1380 e 1390, e frequentado o Estudo Geral, apesar de uma provável origem familiar mesteiral. O registro mais antigo sobre sua vida é um documento datado de 1418 que informa ser Fernão Lopes guarda-mor da Torre do Tombo, cargo de alta confiança em que era encarregado de guardar e conservar os arquivos do Estado. Registra-se também que ele ocupou a função de “escrivão dos livros” de D. João passando, em 1419, a escrivão de D. João I. Neste momento teria começado a escrever a Crônica dos Sete Primeiros Reis de Portugal.



Em 1422 ocupa a função de escrivão de puridade do Infante D. Fernando. Algum tempo depois, em 1434, sob o reinado (1433-1438) de D. João inicia, “sob a incumbência oficial de colocar os feitos dos reis portugueses na forma de crônica”, a escrita da Crônica de D. João I. Seria substituído como cronista no ano de 1451, por Gomes Eanes.


Deixa de ser, em 1454, guarda-mor da Torre do Tombo, em virtude da avançada idade. A última informação dá conta de que Fernão Lopes ainda vivia em 1459, sendo incerta a data de sua morte.

Segundo informações no prefácio da Chronica de El-Rei D. Pedro I, escrito por Luciano Cordeiro, após deixar a função de guarda-mor, Fernão Lopes teria ainda vivido por mais 5 anos, falecendo próximo aos 80 anos de idade. Fernão Lopes entrara, certamente, em contato com testemunhos de muitos acontecimentos, sendo estes eventos relatados na sua obra de 1443, Crônica de D. João I. Pode, dessa forma, consultar os protagonistas envolvidos na resistência contra Castela e na paz firmada no ano de 1411 com o mesmo reino, através do Tratado de Ayllón, ratificado em 1423.


Diante desta conjuntura política e social conturbada Fernão Lopes foi designado, por D. João, a croniciar as façanhas da dinastia de Avis. No entanto, mesmo designado oficialmente para compor uma história portuguesa, sua historiografia não é regiocêntrica. O autor, mesmo que utilize o rei como centro da história, demonstra na sua narrativa grande interesse pelo povo e pelas influências destes nas conformações sociais de Portugal. Das crônicas que Fernão Lopes escreveu, restam-nos apenas três:
  • Crónica de el-rei D. Pedro;
  • Crónica de el-rei D. Fernando;
  • Crónica de el-rei D. João I.


Fernán também tem um grande personagem histórico que levou este nome ao conhecimento do mundo hispânico. Fernán González (falecido em 970) foi o primeiro governador autónomo de Castela, filho de Gonzalo Fernández de Burgos, que havia sido nomeado conde de Arlanza e o Duero por volta do ano 900, e um descendente do juiz semi-lendário Nuño Rasura. Fernán González é um personagem lendário na Península Ibérica, fundador da dinastia que governaria um Castela semi-autônoma, fundando as bases para o seu estatuto como um reino independente. No ano 930, o nome de Fernán aparece com o título de conde dentro da organização administrativa do leste do Reinado de León.



Fernán e Fernão hoje em dia não são muito usados, sua outra variação Fernando, tem muito mais notoriedade nos dias de hoje. Porém Fernão e Fernán tem aquele toque único que os nomes medievais dão aos nomes, além de ser bem mais raro que a versão Fernando. Ambos os nomes tem tudo para ganhar novos adeptos nos dias de hoje.



Qual sua opinião sobre esses dois nomes de tanta história?

5 comentários:

  1. Simpatizo com Fernão! Tem um ar muito medieval, era muito utilizado nessa época em Portugal e foi também o nome do navegador português, Fernão de Magalhães! Lembro-me também do livro de Richard Bach, Jonathan Livingston Seagull, traduzido para o português como Fernão Capelo Gaivota. É um livro fabuloso sobre testar limites e lutar por quem somos :)

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  2. Não gosto de nenhum dos dois, prefiro Fernando.

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  3. Adoro Fernão! É um dos nomes medievais que mais gosto. Adorava usar e gosto especialmente como segundo nome.

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