“Que Adónis/Adônis!”
Somos capazes de ter ouvido esta expressão, algures nas nossas redes ou
relações sociais, a referir-se ou a indicar uma figura masculina invulgarmente
esbelta e atraente. A expressão tem a sua fundamentação nas profundas raízes da
mitologia grega. Porquê? Ora conheçamos a história.
Na mitologia grega, Adónis/Adônis era um caçador muito formoso, de beleza inigualável, por
quem a Deusa do Amor, Afrodite, se
apaixonou perdidamente. No entanto, como em todas as tragédias, surge alguém
que seria contra este amor desenfreado, o deus Ares, amante de Afrodite,
que envia um javali para o matar, tendo o animal disferido um golpe fatal na
sua perna. Em sua salvação, Afrodite
corre pelos campos, cortando-se e manchando todas as rosas de vermelho, daí a
rosa vermelha ser um símbolo do amor. Já morto, Adónis/Adônis desce ao submundo, onde conhece Perséfone, Deusa das flores, frutos e perfumes, mais uma cativa da
sua beleza. A guerra entre as duas deusas pelo amor de Adónis acaba sendo resolvido com a intervenção de Zeus, que o condena a quatro meses com
cada uma, tirando outros quatro para ser livre. Este período circular de
presença e ausência de Adónis/Adônis foi
comparado pelos Antigos ao ciclo anual da vegetação na Terra.
Mas tornando ao nome em si, duas teorias etimológicas
se desenrolam em seu redor: provém da palavra semita Adonai, ou do fenício adon,
sendo que ambos os termos significam o senhor – não num sentido religioso.
Outras referências ao nome, além do mitológico, são o ator Adonis Jackson da série televisiva Miami Vice e Adonis,
um musical burlesco de 1884.
Acredito que este seja um nome que continue
sem ser usado, por ser demasiado ligado aos conceitos de beleza e perfeição
física, hoje em dia cada vez mais colocados em causa. Além disso, pode ser um
nome pretensioso que pode dar azo a observações menos agradáveis por parte de
terceiros. Tirando estes aspetos, considero-o um nome absolutamente normal que
se poderia facilmente enquadrar numa lista de “nomes românticos”, à semelhança
de Aramis, Romeu, Valentim, Ulisses ou Tristão. A sonoridade é ótima, é uma escolha praticamente exclusiva
e é internacional.
Joana
Recharte.
Que pensam sobre Adónis?
Sinceramente não conhecia essa relação com a beleza, e pensava que era Ádonis. Não gosto muito.
ResponderExcluirMuito romântico! Até acho piada!
ResponderExcluirUm Adônis tem o mesmo problema de um Apolo: se os donos dos nomes não forem fisicamente lindos, provavelmente serão vítimas de piadinhas, chacotas...
ResponderExcluirGosto! Nomes mitológicos geralmente me agradam.
ResponderExcluirgosto :)) não usaria, mas acho bem romântico mesmo
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