Isabel

Há clássicos absolutamente maravilhosos. Assentam que nem uma luva a uma bebé, a uma menina pequenina, a uma adolescente, a uma mulher adulta e a uma senhora idosa. E Isabel, na minha opinião é um desses nomes.

Embora sempre presente, acredito que tenha conseguido se refugiar do uso abusivo de nomes como Maria ou Ana, que faz com que às vezes os encaremos como “nomes absolutamente intuitivos e sem sal”. E apesar de não ignorar que Isabel foi amplamente utilizado ao longo de várias décadas e por todas as classes sociais, ainda o vejo como um nome extraordinariamente bonito, requintado e elegantíssimo!

Em Portugal, o seu uso entre 1920 e 1950 foi menos pronunciado do que a partir dessa data onde a frequência de registos passou das muitas centenas para os milhares! Concretamente, 1968 foi o ano mais explosivo para Isabel em Portugal com um recorde de 2456 nascimentos registados. Comparativamente, nos dias de hoje, Isabel assumiu um perfil mais discreto, sendo amplamente usado em compostos (sobretudo como segundo elemento) e ocupando a 58ª posição dos nomes femininos mais usados em Portugal em 2014, com 137 registos. No Brasil, no mesmo ano e de acordo com dados do BabyCenter Brasil, Isabel ocupava a 96ª posição do ranking, tendo descido 16 posições comparativamente ao ano anterior. Esta descida no cenário brasileiro pode advir do recente entusiasmo frente a outras variantes como Isabela, Isabella ou Isabelly. Em Portugal, creio que reina um maior conservadorismo face aos nomes e, como tal, apesar de Isabela e Isabella estarem a ganhar terreno, (ainda) não têm a mesma projeção que o nosso tão querido clássico Isabel.

De origem bíblica hebraica, Isabel deriva da palavra Izebel, que significa casta e pura (na Bíblia é identificada como a mãe de São João Baptista). É também apontado como uma variação medieval de Elizabete, que se teria espalhado por Portugal, Espanha e França, sendo o nome de várias monarcas, princesas e membros da aristocracia! Na História da Europa, muitas foram as rainhas com este nome, sendo a mais célebre Isabel, a Católica, Rainha de Espanha que, casada com Fernando II, foi a principal responsável pela criação da Inquisição e do fervor religioso da época. De referir também a figura da Rainha Isabel de Castela que terá financiado as viagens de Cristóvão Colombo, e, por fim, uma figura bem mais próxima e muito mais amada, a nossa Rainha Santa Isabel, esposa de D. Dinis, que terá protagonizado o famoso milagre das rosas.

Joana Recharte.

Isabel continua a ser uma opção vossa?