Tomás

Do grego Thomâs, derivado do aramaico Ta'oma', que significa gémeo, Tomás chegou aos nossos países pela via erudita, sendo a sua via popular Tomé. Estamos, portanto, a falar de um mesmo nome, que a evolução linguística distinguiu como dois diferentes. 

Ainda que partilhem a etimologia, a popularidade de ambos no universo português encontra-se bastante desnivelada, sendo Tomás o nome mais bem aceite pela maioria da população. De acordo com a lista dos nomes mais utilizados para rapazes em 2014 em Portugal, Tomás manteve-se no 6º lugar pelo terceiro ano consecutivo, com 1400 registos. No Brasil, também em 2014, segundo os dados do Baby Center, Tomás não atingiu o top 100, o que o torna uma opção menos comum.

Se a minha perceção estiver correta, antigamente, Tomás era utilizado sobretudo pela classe média-alta portuguesa, tendo esta tendência desaparecido com a popularização do nome, também graças a várias personalidades famosas que colocaram este nome nos seus filhos e o difundiram pelas massas. Apesar desta grande difusão, consigo perceber o encanto dos portugueses por este nome. A inicial “T”, não deixa o nome passar desapercebido, confere-lhe uma sonoridade forte, a par da última vogal com acento. Acho um nome muito simpático e realmente assenta bem em qualquer menino. É uma escolha segura.

Como personalidades de referência, destacam-se o apóstolo São Tomás (vulgarmente conhecido por Tomé), que celebrizou a máxima “ver para crer”; o filósofo e teólogo italiano do século XIII São Tomás de Aquino (em italiano Tommaso), cujas reflexões revolucionaram o pensamento ocidental, Thomas Jefferson, o presidente norte-americano, Thomas Edison, o inventor, e Thomas More, humanista inglês que redigiu a famosa obra Utopia, como forma de protesto às políticas sociais e religiosas que proliferavam na sua época.

Joana Recharte.

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