quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Américo


Um nome muito antigo que caiu largamente em desuso nas últimas décadas. Outrora muito procurado pelas famílias portuguesas e brasileiras, vindo de tempos bem longínquos, anteriores à formação dos nossos países.

De origem visigoda, Américo começou por ser utilizado originalmente na grafia Amalric, que depois foi traduzido para o germânico Emmerich, que combinava os elementos linguísticos haims/heim (casa) e rik (chefe), significando, assim, o que governa a casa. A partir desta perspetiva evolucionista do nome, podemos até dizer que Américo é primo de um outro nome hoje em dia muito utilizado e amado pelos nossos povos: Henrique. Quem diria!

Depois de vingar em países dominados pela cultura germânica, Emmerich viajou para a Itália Medieval onde começou a ser utilizado sobre a forma Amerigo, aquela que mais se aproxima versão portuguesa que, entretanto, também foi importada para Portugal!

E diretamente da Itália Medieval chega-nos o nome Amerigo Vespucci (1451-1512), um explorador profundamente popular e conceituado no seu tempo que, apesar de não ter sido o descobridor do continente americano, inspirou a sua denominação. Sim, é verdade. O Continente Americano chama-se assim em homenagem ao explorador italiano, numa latinização do nome para Americus (apesar de o nome não ser originalmente latino). Muito curioso! Hoje em dia será difícil dissociar o nome próprio do continente, mas será isto um problema?

Durante o século XX, mais concretamente, entre 1920 e 1980, em Portugal, podemos constatar que este não foi um problema para as famílias portuguesas. Na verdade, o nome só desceu dos 100 registos anuais perto de 1976 (e está em queda desde então), chegando a atingir cerca de 400 registos anuais em muitos dos anos disponíveis para andar! Números extraordinários que, por estarem a várias gerações, fazem com que Américo não possa ser considerado um nome datado, apenas antigo. Que sempre é uma conotação mais leve, a meu ver.

Pelo contrário, no Brasil, o nome parece ter ficado associado à década de 50, prevendo-se que existam atualmente em todo o território brasileiro (independentemente do ano de nascimento) cerca de 15 mil pessoas com este nome!

Recentemente, sabemos que nasceram 5 meninos chamados Américo como primeiro nome em 2013, Portugal, outros cinco no ano seguinte e 3 em 2015. Alguns dos compostos registados em 2014 foram Abel Américo, Américo Alexandre, Eduardo Américo, Rafael Américo e Tomás Américo. Já agora, a respeito deste último composto, deixo aqui a nota de que Américo Thomaz foi um antigo militar e político português, que chegou a ser Presidente da República. No Brasil, o nome praticamente está desaparecido, com apenas um registo em São Paulo. Nos dados da ARPEN também aparecem alguns compostos como Felipe Américo ou Pedro Américo mas é difícil perceber se nestes casos será nome próprio ou sobrenome.

Que acham do nome?


Fontes consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios, ARPEN/SP, Behind the Name, IBGE, IRN, SPIE.

6 comentários:

  1. Acho antiquado mas tem uma sonoridade forte, interessante. Fica bem como segundo nome, gostei de Eduardo Américo e Pedro Américo.

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  2. Não faz meu estilo me lembra a palavra América
    Gostari de saber sobre o nome Liana

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  3. Gostei … amo meu segundo nome que é Américo , só que no meu caso ficou como sobrenome . Maria A. Américo.

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