quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Nídia


Nídia, tão bonito, tão melódico. Tem uma aura muito leve, muito estival, muito luminosa também. Por razões incertas, é um nome que me lembra o Verão, que associo a cores quentes como as da fotografia acima. Por muito que se tivesse procurado uma fotografia para acompanhar esta publicação, para mim, dificilmente outra me lembraria tanto uma Nídia como a menina que aqui está hoje a representar o nome!

Por algum motivo que eu também desconheço, sempre pensei em Nídia como um nome espanhol ou, num sentido mais abrangente, hispânico. Acho que realmente me transmite uma energia muito descontraída e calorosa como outros nomes hispânicos. Mas não, Nídia não encontra as suas raízes aqui.

A verdade é que Nídia até recentemente não era considerado um nome próprio até que, inspirado pela palavra latina nidus, que significa ninho, o autor britânico Edward Bulwer-Lytton o usou pela primeira vez numa personagem do seu romance mais conhecido, Os últimos dias de Pompeia (1834), um romance em torno da erupção do Vesúvio em 79. a.C. Na história, Nydia era uma escrava cega que foi raptada para que pudesse viver em liberdade nas ruas de Pompeia, onde passou a vender bonitas flores aos seus habitantes. A história é singela e não tem um fim muito entusiasmante, mas tem uma candura e delicadeza que associo mesmo ao nome. Inspirado nesta história, o escultor americano Randolph Rogers esculpiu Nídia, a rapariga cega de Pompeia (1856), escultura que pode ver ao clicar aqui.

Em Portugal o nome sempre foi muito discreto, atingindo uns interessantes 41 registos no ano de 1977. Nunca ficou associado a nenhuma geração em especial, o que é ótimo! Atualmente continua a ser raro com 4 registos em 2013, 3 em 2014 e 9 em 2015. Em 2014 foram ainda registados os compostos Nídia Beatriz, Nídia Joana, Nídia Miguel e Yasmim Nídia. No Brasil o cenário é idêntico, é um nome raro (existe um total de 3000 pessoas com o nome)! Na década de 80 nasceram mais mulheres com este nome, mas ainda assim, a percentagem terá sido tão baixa que é impossível dizer que Nídia é um nome dos anos 80. Não foram encontrados registos do nome em São Paulo (2015).

Pessoalmente acho um nome muito mimoso e o facto de estar associado à literatura é um ponto a seu favor. Também o considero internacional e muito romântico. No entanto, é mesmo a sonoridade que acho muito querida. Concordam?


Fontes consultadas:
ARPEN/SP, Behind  the Name, IBGE, IRN, SPIE e Wikipedia (Edward Bulwer-Lytton, The last days of Pompeii)

3 comentários:

  1. Concordo, acho Nídia mesmo muito mimoso, gracioso! Foi uma criação literária muito feliz, aliás nomes criados pela literatura podem nos reservar gratas surpresas e Nídia é uma delas. Além de ter imediatamente me lembrado Lídia, tb me lembrou Nívea.

    ResponderExcluir
  2. A primeira vista achei giro mas depois ao repetir o nome várias vezes não gostei, acho enjoativo.

    ResponderExcluir
  3. Mim chamo Nídia Rosa e amo meu nome, tenho uma irmã que se chama Nádia Maria.

    ResponderExcluir