sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Homenagens - Sim ou Não?


As homenagens são um tema delicado e que não é fácil de abordar. Ao mesmo tempo, considero imprescindível ter esta rubrica aberta para discussão no nosso Blog. Há muito a ter em conta num tema só e por isso torna-se difícil escrever sobre ele e até "opinar" de ânimo leve. 

Então, para quebrar o gelo, começo por dizer que não tenho absolutamente nada contra homenagens. Quem deseja homenagear alguém da família ou algum amigo, quer esteja vivo ou que infelizmente já não se encontre entre nós, penso que é super válido e até uma atitude nobre.  Mas temos de ter em conta outras situações, por exemplo, até pode acontecer o caso de o casal não desejar fazer a homenagem, mas simplesmente o gosto em comum fê-los chegar à conclusão que o nome certo seria o mesmo que a tia-avó da mãe tem ou que o bisavô do pai tinha. Às vezes não é uma homenagem feita de propósito, mas pode parecer uma e isso pode levar o próprio casal a ficar incomodado e a ponderar se deve mudar o nome ou não. Ou então podem lidar com a ocorrência na maior e não se importarem com o que os restantes pensam desde que estejam seguros da escolha do nome do filho. 

Percebem o que digo quando afirmo que este tema é sensível? Há muitos parâmetros a ter em conta.

O meu próprio nome é uma homenagem. Acho que nunca abordei isto no Blog, mas tenho um nome composto: Ana Jorge. Não aprecio e por isso não o uso, mas tenho muito orgulho de levar comigo o nome do meu avô materno. Durante muitos anos detestei ter um nome misto, no meu caso não era a homenagem que eu não gostava, até porque adoro o meu querido avô, o que me deixava incomodada era ter um nome de rapaz no meu nome. Quando me passou a fase da aborrecência, aceitei simplesmente e passei a olhar apenas para o lado da homenagem e esquecer que tinha uma composição com um nome masculino. 

E agora, pode parecer um bocado contraditório, mas eu e o meu namorado adoramos o nome Artur (e olhem que é muito difícil nós termos gostos onomásticos masculinos parecidos) e certamente seria uma das opções mais óbvias a termos em consideração na nossa lista. Mas querem saber a melhor? Eu mesma vetei o nome por não querer que parecesse uma homenagem. É verdade... em casa de ferreiro o espeto é de pau. O nome do meu avô paterno é Artur e para não ferir suscetibilidades do resto dos membros da família disse não a um dos nossos nomes preferidos masculinos. E porquê, podem perguntar vocês. Porque em primeiro lugar temos outros nomes, poucos, que gostamos em comum e por isso Artur não era a nossa única opção e depois porque de certa forma parecia-me injusto vir a ter um filho Artur e não Adelino (nome do avô materno do meu namorado). Não sei se me faço entender, mas existindo esse conflito dentro de mim, não o poderia simplesmente ignorar e achei que seria mais fácil esquecer Artur.  

Portanto, para mim o uso de uma homenagem num filho estaria fora de cogitação, mas tenho na família casos, como todos nós devemos ter e não vejo mal nenhum nisso. O caso mais recente é do meu sobrinho Mário que tem o mesmo nome do avô do meu cunhado que infelizmente já faleceu. E o nome do meu sobrinho foi escolhido mesmo para homenagear uma das pessoas que o meu cunhado mais amou na vida e acho isso lindo. 

Depois de tudo isto e do meu testemunho, pergunto-vos: O que pensam sobre homenagens? Usavam? Gostam? Nunca na vida? Deixam as vossas histórias nos comentários.

Fontes Consultadas:
O Blog dos Nomes.


14 comentários:

  1. Realmente é um assunto mais delicado mesmo e cada um tem sua opinião. Eu não faria e me incomoda um pouco pessoas da família terem nomes parecidos. Eu não usaria. Tipo, conheci dois irmãos que se chamavam Bruno e Bruna (não eram gêmeos não). Acho que cada um merece ter um nome um pouco mais "exclusivo". Eu quero inclusive evitar nomes com a mesma inicial nos meus filhos! Temos tantas letras, né? rsrs mas claro que, se a gente gostar muito de um nome e achar que tem que ser, mesmo sendo a mesma inicial, vou usar. A minha ideia é apenas evitar...
    Só acho que os pais devem ponderar bem na escolha para se sentirem seguros com a escolha.
    Abraços!

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  2. Eu tive um caso na família sobre homenagem na família. Eu tinha uma tia chamada Maria Luzia, mas a tratávamos só por Luzia. Alguns anos depois de ela falecer, um dos filhos dela estava esperando uma menina e queria colocar o nome de Maria Luiza. Lembro de minhas tias não terem gostado muito da notícia, mas ele colocou o nome. Tratamos ela por Malu.Tem horas que até me esqueço de que ela se chama Maria Luzia também...já que só a chamamos pelo apelido...

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  3. Eu acho bonito ser homenageado com o nome do pai ou avô, houve uma época em que gostaria de ter o nome de meu avô que era Pedro. Agora precisamos ter um pouco de cuidado por não colocar nomes que irão deixar a pessoa constrangida, principalmente criança em época escolar ou em meios sociais. É bem relativo esse assunto e se podemos dizer, um pouco polêmico também.

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  4. Nunca na vida! Eu acho péssimo você homenagear alguém para colocar no nome do seu filho. Imagina se você briga com a pessoa? Ou você descobre algo terrível dela? Teu filho vai ficar com o nome da pessoa? Deus me livre, não.

    O nome Artur é um nome lindo, mas se tu acha que a relação na sua cabeça vai ser seu avô, nem põe. Tenta procurar a relação do nome com as lendas arturianas, tem bastante coisa legal!

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    1. Olá, Camille! O facto de gostar do nome Artur nada tem que ver com a relação com o meu avô. Gosto do nome e pronto, como gosto de tantos outros. A nossa maior questão enquanto casal era estar a meter um nome com tantas qualidades e que ambos gostávamos muito de lado simplesmente por ser o nome do meu avô. Não sei se me faço entender... mas para esclarecer, o nome Artur já não está na nossa lista conjunta.

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  5. Eu acho legal uma homenagem, desde de que de comum acordo. O meu nome mesmo foi em homenagem ao avô materno de minha mãe que já era falecido na época do meu nascimento. E eu gostei dessa escolha.
    O que não gosto, e vou ser sincera, é colocar no filho o mesmo nome do pai e depois o Jr (caso do meu marido hahaha). Sei que vão me jogar pedras, mas não curto muito isso.

    bjs

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    1. Concordo com você, Fernanda. Mas digo mais, não gosto nem de filha com o mesmo nome da mãe, ou o mesmo nome, mas na versão masculina/feminina. Tipo, se eu tivesse um filho e chamasse ele de Ivan...também acho meio nada a ver rsrsr

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  6. Concordo que é um assunto delicado e totalmente pessoal. Nunca parei pra pensar sobre isso porque não quero ter filhos, mas acho que não é algo que eu faria. Não sei se se enquadra como homenagem, mas também não usaria nomes como Filho ou Neto. Fico pensando no irmão mais novo de um filho que tem o nome do pai acrescido de Junior, por exemplo. Será que esse mais novo não se sentiria meio de lado, porque o irmão carrega o nome do pai e ele não? Enfim, realmente nunca tinha pensado nisso. Por outro lado, eu não abriria mão de um nome que eu gosto só porque ele coincide com o nome de algum parente, porque ele foi escolhido pelo gosto pessoal por aquele nome e não pela pessoa. Acho realmente que só quem está vivendo a situação de escolher um nome para seu filho pode tomar esse tipo de decisão.

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  7. O meu nome é o mesmo nome de uma amiga da minha mãe que eu me acostumei a chamar de madrinha quando criança. A gente não se fala mais e por um tempo era estranho levar o mesmo nome que ela. Também achava meu nome diferente e meio feio. Hoje em dia acostumei!

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  8. Não gosto de homenagens pq acho que inevitavelmente começa as comparações e isso pode ser prejudicial para a formação da individualidade da pessoa. ex: dando conselhos citando o homenageado, "seja estudioso, inteligente, bonzinho quanto fulano". Normalmente quando se decide homenagear alguém é que se quer exaltar alguma qualidade desse alguém, ou a famigerada ideia de continuidade de fulano. São tantos nomes disponíveis...
    Fazer essas homenagens é uma prática tão cultural, o meu nome também é uma homenagem à minha bisavó. Gosto de me chamar Maria Angélica mas não incentivo essa prática.

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  9. Quando minha filha nasceu, cheguei a pensar em pôr o nome da minha avó nela. É um nome lindo, que amo: Clarice! Entretanto, não sei por qual motivo, acabamos não o fazendo. Mas considero sim essa proposta, de homenagear a quem amamos. Belo post!

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  10. Nunca pensei no assunto dessa forma....Acho bonito homenagear pessoas queridas colocando o nome no filho...Se ambos concordam pq não?
    Ah! Acho Artur um nome lindo!!!
    Abraços

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  11. A minha relação com homenagens é complicada...
    O meu nome é uma homenagem. Quando a minha mãe estava grávida de mim houve complicações e eu podia ter nascido muito doente. Fizeram-se testes para saber se seria o caso e, enquanto esperavam pelos resultados, os meus pais rezaram a Nossa Senhora da Conceição, já que era o dia da Imaculada Conceição, para que eu fosse saudável. Felizmente, eu não tinha nada, então, como agradecimento, os meus pais juntaram uma homenagem ao nome que já tinham escolhido para mim, ficando eu Inês da Conceição.
    O problema é que eu não gosto nada do meu nome, nunca gostei. Não suporto que me chamem Conceição e, apesar de gostar mais de Inês, esse nome também me trouxe alguns problemas... Graças à sua grande popularidade, tive sempre colegas Inêses, então fui muitas vezes chamada pelo meu apelido ou alcunhas para que me distinguissem das outras sem me chamarem Conceição ou Ção. Apesar de apreciar o sentimento, preferia que os meus pais não tivessem feito uma homenagem com o meu nome. A minha irmã também, pois resolveram dar-nos o mesmo segundo nome e ela ficou Daniela da Conceição, o que ela também não gosta.
    Estou longe de ser a única homenagem na minha família. Os meus bisavós paternos (pais da minha avó paterna) punham a todos os filhos rapazes o segundo nome Domingos (Manuel Domingos, Serafim Domingos, António Domingos e Armando Domingos) e às filhas faziam compostos com Maria (Maria Eugénia e Maria Ondina) por razões religiosas. Só uma das filhas foi exceção, a mais velha, à qual chamaram Laura Celeste.
    A minha avó paterna (Maria Ondina, já agora) usou homenagens para os nomes dos filhos. Chamou Nelson ao meu pai para homenagear o cunhado e um primo que lhe era muito querido. Escolheu o nome Aurora para a filha para homenagear a sua falecida mãe, mas depois, para evitar que a sogra se sentisse mal, também usou o nome dela, chamando à minha tia Aurora Margarida. Só que a minha tia detesta o nome Margarida, parece que só a minha avó mesmo é que gosta do seu segundo nome ;) ...
    Eu não sei se usaria homenagens... Gosto muito do nome Aurora, mas, de momento, não o tenho na minha lista e não penso em dá-lo a uma filha por causa da proximidade, afinal, se eu o usasse, não seria para homenagear a minha tia, mas por gostar do nome mesmo. A única pessoa da minha família que eu consideraria homenagear seria a minha avó paterna, por termos uma relação muito especial, mas há o problema de que eu não gosto nem de Maria nem de Ondina rs... Ela é tratada por Dina, gosta muito do seu segundo nome e do facto de que está ligado ao mar, por isso já pensei em usar um nome de que goste e que também signifique onda, como Nami, por exemplo... Ou usar Eugénia, que é um nome de que gosto muito, e o nome da irmã da minha avó que foi a pessoa mais próxima dela em vida, mas não sei se valeria a pena...
    Enfim, de qualquer maneira, eu tenho um gosto muito particular e existem nomes de que gosto mais do que Nami ou Eugénia, portanto duvido que venha a fazer homenagens.
    No fim, isso é uma decisão dos pais. Quem quer fazer faz, quem não quer não faz.

    Bjs
    Inês

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