Psiquê - Atendendo a Pedidos

Muitos de nossos pedidos são supreendentes, alguns são verdadeiros desafios. Acredito que Psiquê seja um dos nomes mais complexos que já pesquisei, fato que muito me agrada, gosto de adquirir novos conhecimentos, ampliar meus horizontes e o estudo da onomástica tem me proporcionado isso. Ao mesmo tempo forte e delicado, Psiquê é um nome que transborda emoções e nos leva para uma viagem às profundezas da mitologia grega.

Significa alma, derivado do grego psykhé (psico), que quer dizer respirar. Os gregos acreditavam que a respiração era a alma humana. Na mitologia grega, Psiquê era uma linda mulher por quem Eros, o deus do amor (Cupido para os romanos), se apaixonou. Ela é o tema do poema do escritor inglês John Keats, Ode to Psyche (1819).

Nas lendas gregas Psiquê era uma princesa de beleza extraordinária, a mais jovem das três filhas de um rei, cujo nome não é mencionado. Com inveja, a deusa Afrodite ordenou que seu filho Eros atingisse Psiquê com suas flechas encantadas, inspirando amor na jovem pelo mais desprezível dos homens. Porém, Eros estava tão impressionado com a beleza da moça que ele mesmo se apaixonou por ela. A levou então para um palácio oculto onde ele, invisível, visitava sua amada todas as noites. Psiquê poderia ter desfrutado desse estado de felicidade para sempre se tivesse atendido ao pedido de Eros: nunca tentasse saber quem ele era. Mas as irmãs invejosas de Psiquê a fizeram acreditar que na escuridão da noite ela estava abraçando algum monstro hediondo. Por isso, enquanto Eros dormia, Psiquê acendeu uma vela, olhou para ele e viu o mais belo e adorável de todos os deuses. Eros acordou, censurou sua desconfiança e sumiu (lhe disse: "o amor não sobrevive sem confiança"). Então a paz de Psiquê desapareceu, perambulou de templo em templo perguntando sobre seu amado até que chegou ao palácio de Afrodite. Ali começou seu verdadeiro sofrimento: Afrodite a tratava como escrava, lhe impingia os mais humilhantes trabalhos. Eros ainda a amava em segredo e, com sua ajuda, Psiquê finalmente conseguiu superar o ciúme e o ódio de Afrodite. Foi elevada à imortalidade unindo-se a Eros para sempre. Tornou-se a deusa da alma. Mais tarde tiveram uma filha, Hedonê, a deusa do prazer (para maiores detalhes sobre o mito de Eros e Psiquê clique aqui).

Psiquê é a representação da alma humana, a qual é purificada por paixões e infortúnios, sendo assim preparada para o gozo da verdadeira e plena felicidade. Em obras de arte é retratada como uma mulher com asas de borboleta, uma simbologia que indica que Psiquê, assim como a borboleta, se liberta de seu casulo para viver a vida em toda sua plenitude.

Outros Idiomas: Psyche (inglês), Psiche (italiano), Psique (espanhol), Psyché (francês).

Como podem imaginar, Psiquê é raríssimo como nome próprio, não possuindo notícias de registros antigos e nem recentes tanto no Brasil como em Portugal. O mesmo acontece em outros países pelo mundo.

Apesar da raridade, consegui encontrar referências entre pessoas públicas, nas versões em inglês e francês, respectivamente (como nome e sobrenome):

• Psyche Resus - modelo filipina (Miss Filipinas Terra 2010);
• Christophe Psyché - futebolista francês.

Psiquê é um nome instigante, mas que provavelmente está destinado a permanecer guardado nos livros sobre mitologia. Entretanto, isso não é impedimento para se deixar de admirá-lo: a lenda de Eros & Psiquê é uma das mais belas histórias de amor de todos os tempos, evoca a ideia de que a alma não sobrevive sem amor (com a qual eu concordo plenamente!).

Que considerações fazem sobre Psiquê?

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Patricia Monteiro 

Fontes Consultadas:

Behind the Name, Nameberry, Names Org, Theoi, Wikipédia.