terça-feira, 16 de agosto de 2016

Millicent



Muitas vezes dou por mim a questionar-me se algum nome é, de facto, demasiado estrangeiro para Portugal e para o Brasil de maneira a que uma pessoa com alguma destas origens tenha que abdicar de usar um nome que goste por esta mesma razão. A razão pela qual o pergunto é porque adoro imensos nomes estrangeiros, como por exemplo Millicent, que muita gente considera inviável na língua portuguesa. Eu, sinceramente, começo a discordar.

Millicent deriva de Melisent e Melisende, nomes introduzidos na Inglaterra pelos normandos, talvez pelo contacto com o povo ostrogodo. A verdade é que ambos os nomes dos quais deriva Millicent, são variações de Amalasuintha, nome germânico de uma rainha dos ostrogodos, que é composto pelos elementos amal (trabalho) e swinth (forte), o que resultaria num significado como forte trabalhadora.

Uma versão menos credível é a que nos diz que Millicent deriva de Melissanthe, do grego μελισσα (melissa), abelha e ανθος (anthosflor. O seu significado poderia ser algo como abelha pousada na flor, ou até mesmo remeter a algo como polinizar ou polinizadora. Apesar de esta versão não ser, a digamos “oficial”, a rainha do século XII de Jerusalém, Melisende, é conhecida, em grego, como Melissanthe. No fim de contas, seja qual for a versão, Millicent ganha significados maravilhosos.

Como devem imaginar, Millicent não é um nome que consta na lista do IRN, nem tem registos em Portugal, nem atuais, nem antigos. No Brasil, ocorre exatamente a mesma situação, então, resta-nos apenas procurar em rankings estrangeiros. Em 2014, nasceram 93 meninas estadunidenses com este nome, porém o seu pico foi em 1927, quando nasceram 249. Mesmo nos países de língua inglesa, não é um nome muito usado, mas é conhecido, o que poderá ser uma vantagem.

Algumas referências a este nome são:
  • Millicent Fawcett – ativista inglesa dos direitos das mulheres do final século IX;
  • Millicent Martin e Millicent Wolf – atrizes inglesas;
  • Millicent – nome do meio da boneca Barbie (Barbara Millicent Roberts) e da sua tia, cuja aparição ocorre no filme Barbie Moda e Magia;
  • Millicent Bulstrode – personagem da saga Harry Potter.

Creio que este nome origina um dos meus diminutivos favoritos de sempre, Milly, que me é especial por ter sido um dos nomes de uma das minhas cadelas. Sinceramente nem acho Millicent assim tão complicado (é algo como Milissant), é um ótimo nome, e quem o pode utilizar e gosta dele, não se deixe levar por fugir às origens!

Vocês usariam Millicent?


Fontes consultadas:
Wikipedia, Behind the Name, IRN, Público, SPIE, Names.org, IBGE, ARPEN/SP.

7 comentários:

  1. Não acho que tenha uma sonoridade simpática, nem a grafia encanta.

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  2. Não usaria, é um nome que não me diz nada, acho apático.

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  3. Eu acho muito querido mesmo, muito giro. E achei curiosa a reflexão inicial, às vezes também me questiono acerca disso. Acho que pode ser muito aborrecido para a pessoa estar sempre a corrigir a pronúncia. No entanto, acredito que isso é mais propenso de acontecer quanto temos um equivalente em português (ou um nome muito parecido). Lembro-me curiosamente de dois casos de duas meninas estrangeiras que conheci, uma chamava-se Amelia (dito Amília), a outra Shannon. Pouco tempo depois toda a gente as chamava de Amélia e Xana e assim ficou até o dia de hoje. Acho que isso é aborrecidíssimo e não gostava que acontecesse aos meus filhos, por exemplo. No entanto, cada caso é um caso. É difícil generalizar. No caso de Millicent acho que não haveria grande dificuldade de adaptação mas qualquer versão aportuguesada (estou a imaginar uma Milicenta) seria trágico.

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  4. Esse é o meu sobrenome, acho lindo e elegante<3<3 só pessoas nobres como eu possuem. E quando as pessoas falam que é feio, é porque não estão acostumados com a elegância, esse tipo de gente preferem sobrenomes como: Souza, Pereira, Santos etc. Que horror :O

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    1. Querida um sobrenome como Souza e menos prejudicial a alguém do que o teu grau de burrice.

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    2. Pra ter elegância vc precisa morrer e nascer de novo ainda q pobre pois finesse e coisa da pessoa e nao de condição monetária nem q se aprende em livros de etiqueta q so servem pra formar pessoas estúpidas como vc

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