quarta-feira, 1 de junho de 2016

Casimiro


Um nome retirado do baú. É, sem dúvida, um nome muito antigo e que hoje em dia tem sido posto de parte nas escolhas das famílias para as suas crianças mais pequenas.

Olhando com atenção para os dados do IBGE que contemplam informação dos Censos 2010 no Brasil, Casimiro é atualmente utilizado por cerca de 1676 pessoas brasileiras, sendo que o período áureo para a utilização deste nome situou-se entre as décadas de 30, 40 e 50 do século passado. Desde então, os registos anuais de Casimiro têm caído a pique e não existe nada neste momento que nos diga que Casimiro seja um nome que pode voltar a ser apreciado em breve. A comprovar isto, em 2015, no estado de São Paulo não nasceu um único menino com este nome. Por sua vez, em Portugal, o cenário é idêntico, ainda que durante as décadas de 30-60 Casimiro tenha chegado várias vezes a 90 registos anuais, o que sempre é mais expressivo do que o uso no Brasil. Ainda assim, arrisco-me a dizer que os Casimiros portugueses são todos adultos, alguns deles já velhinhos, o que não ajuda a elevar o frescor do nome. Ainda assim, em 2013 nasceu em Portugal um pequeno Casimiro Filipe, junto dos compostos Daniel Casimiro, Marcelo Casimiro. Nos anos seguintes não se registou nenhum menino com este nome.

Trata-se de um nome polaco, originalmente grafado Kazimierz, um nome que combina os elementos eslavos kasati (pregar) e mir (paz), significando aquele que prega a paz (Ana Belo, 1997). O Behind the Name oferece-nos uma leitura diferente (e mais negativa) destes elementos, apontando como significado aquele que destrói a paz. Foi o nome de quatro reis da Polónia, entre eles Casimiro III, o Grande (1310-1370) que unificou e fortaleceu o território polaco durante a Era Medieval, fundando também a primeira universidade da nação. Desde então, tem estado entre os nomes mais apreciados pelas casas aristocráticas eslavas. Hoje em dia o nome vive no Conde Claus-Casimir de Orange Nassau (2004), segundo filho de Constantino da Holanda e 6º na linha de sucessão do trono dos Países Baixos.

Mais perto de nós, mas com alguns séculos de distância, realça-se a figura de Casimiro de Abreu, conceituado poeta e intelectual brasileiro, cuja obra se inspirou nos movimentos do romantismo e se tornou muito conhecida após a sua morte. Na música portuguesa, é um nome muito presente na obra de Sérgio Godinho, Cuidado com as imitações.


Fontes Consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios; ARPEN/SP, Behind The Name, IBGE, IRN, SPIE, Wikipédia (Casimiro III da Polónia)

5 comentários:

  1. Não gosto nada, porque todos dizemos Cazemiro.

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  2. Não acho um nome ruim, mas também acho pesado. Apenas Miro é uma opção com mais frescor.

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  3. detesto. Só há pouco tempo soube que se usava como nome próprio, visto que é o meu sobrenome.

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