Aos poucos, aquele que era um nome
tipicamente estrangeiro, vai ganhando o seu terreno nos nossos dois países. Milton chegou-nos através do
apelido/sobrenome inglês que seria composto pelos elementos mill (moinho) e town (aldeia, vila). Assim, se compreende que Milton antes de ser um nome próprio começou por ser um nome de família,
criado com o objetivo de identificar a naturalidade das pessoas ou até a sua
ocupação profissional. Aquele que é da
aldeia do moinho, o moleiro da vila.
Nunca teve grande tradição em Portugal,
sendo que os registos mais expressivos deste nome começam a emergir no final da
década de 70, atingindo 46 registos em 1978. Com exceção deste ano, os registos
continuaram baixos até ao momento, nem sendo possível considerar este um nome
datado em Portugal uma vez que nunca suscitou grande interesse por parte do
nosso povo. Ainda assim, nos últimos 3 anos registaram-se 10 meninos com este
nome, 5 deles com os compostos Milton
Alexandre (3), Salvador Milton e Santiago Milton. Atualmente,
em Portugal, não é permitido grafar Milton
sem acento no Í, o que, na minha opinião, se trata de um esforço para “aportuguesar”
o nome sem que, no entanto, se preserve a beleza da sua grafia natural. São os
riscos que se correm quando se introduz um nome estrangeiro num país que não
tem por hábito uma abertura muito grande a nomes diferentes: cada um tem o
direito de pronunciar como lhe parece mais correto. E depois existem estas
tentativas de uniformização da pronúncia através de acentuações escusáveis.
Já no Brasil, os Censos 2011 estimam que
mais de 120 mil pessoas carreguem consigo este nome, sendo que o pico da sua
utilização se situou nas décadas de 50 e 60. Atualmente, Milton não consta dos tops nacionais e por estar demasiado
associado a determinadas gerações é hoje em dia considerado datado. Ainda
assim, 21 meninos foram registados em São Paulo no ano de 2015 com este nome! Ao
Brasil associa-se, também, a figura do músico Milton Nascimento (quem não conhece a Maria Maria?)!
No palco mundial destaca-se a figura do
poeta e intelectual inglês John Milton,
do século XVII, que revolucionou a sociedade sua contemporânea com as suas
ideias republicanas. O Paraíso Perdido
é considerado uma das maiores obras épicas da História.
Fontes Consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes
próprios, ARPEN/SP, Behind the Name, IBGE, IRN, SPIE
Não gostei
ResponderExcluirRealmente no Brasil é um nome datado, mas não acho que seja um nome ruim.
ResponderExcluirNão gosto porque aqui na Inglaterra e nome de um produto para esterilização :)
ResponderExcluirnão gosto, mas prefiro a Nilton
ResponderExcluir