domingo, 7 de fevereiro de 2016

Gregório


Do grego γρηγορος (gregoros), que significa vigilante, alerta, este nome facilmente se latinizou em gregorius, dando origem à versão que hoje comummente conhecemos: Gregório!

Foi extremamente popular entre os primeiros cristãos, por ser o nome de várias personalidades a quem se atribuíam milagres e, por extensão, foram considerados santos. Este intenso elo religioso, fez dele o nome predileto de dezasseis Papas, que estreitaram esta relação entre o nome Gregório e a tradição religiosa do povo, mantendo-o popular por toda a Europa durante a Idade Média e séculos consequentes.

Contudo, em Portugal, no abrir do século XX, Gregório era já um nome relativamente incomum, verificando-se muitas dificuldades em ultrapassar a fasquia dos 30 registos anuais. Esta realidade parece acentuar-se com o abrir do século XXI, sendo que, concretamente, no ano de 2013 foi registado apenas um Gregório e os compostos Miguel Gregório, Gregório António e Pedro Gregório. Em 2014, não houve nenhum registo independente, tendo sido utilizado apenas em dois compostos: Joaquim Gregório e Leonardo Gregório. Por fim, em 2015, não foi registado nenhum menino cujo primeiro nome fosse Gregório.

No Brasil, de acordo com o IBGE, a frequência de Gregório é de 10.761 pessoas com este nome em todo país, o auge de popularidade se deu durante a década de 50 mas o uso entrou em decínio em anos posteriores. Foi registado 20 vezes no estado de São Paulo em 2015, havendo ainda registos como segundo nome nos compostos Arthur Gregório (3 registos), Miguel Gregório (2 registos) e Pedro Gregório (2 registos).

Estaremos a passar por uma crise nominal? Acredito que, contraposto com os nomes que mais são apreciados pelos portugueses e brasileiros, Gregório acaba por ter uma sonoridade demasiado demarcada e pesada, que não o torna muito atrativo nem contemporâneo. Quiçá, se combinado com nome de cariz mais moderno e suave como Luca, Dinis ou Davi, se consiga inverter esta tendência.

Como referências, destaco Gregório Duvivier, ator e comediante brasileiro; o cantor de Jazz, Gregory Porter, e o músico Indie/Folk, Gregory Alan Isakov. No passado, Gregório de Matos Guerra, o maior poeta satírico brasileiro que viveu durante o período colonial; Gregório Lopes, importante pintor português do século XV; o grande botânico e impulsionador da genética, Gregory Mendel; o místico Grigori Rasputin e o galã do cinema dos anos 50, Gregory Peck. Gregory foi também o nome escolhido para o protagonista da famosa série de medicina e diagnóstico, House, M.D., mais conhecido como Dr. House. Devo referir também que um dos Papas citados, mais conhecido como Gregório Magno, foi um grande doutor da Igreja, que introduziu o chamado canto gregoriano, utilizado nos rituais litúrgicos e demais ofícios religiosos, uma tradição que perdeu importância com o tempo, mas continua a ser apreciada.

Qual é a vossa perceção do nome? Consideram-no ultrapassado?

7 comentários:

  1. Não acho Gregório um nome ruim, mas acho pesado e a sonoridade não me agrada, acho enrolada. Gosto mais do seu diminutivo, Greg.

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  2. Acho horrível, pela sonoridade e porque onde vivo, 'chamar o gregório' é semelhante a 'gregar', 'vomitar'. Para mim, dos piores nomes de sempre.

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  3. Não gosto nada, tb penso em gregar, vomitar.

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  4. Acho perfeito! Tenho um amigo com este nome já estou acostumada com ele.

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  5. Esse é meu sobrenome, quando era mais nova não gostava... mas com o tempo aprendi a lidar.

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