Ara

É complicado chegarmos ao âmago de um gosto por um nome. O que nos faz gostar de uns e desgostar de outros? O que nos faz gostar de nomes que nunca ouvimos antes, por exemplo? São questões que me intrigam profundamente e todas essas questões desenrolam-se quando penso neste nome: Ara! Tão bonito, tão suave, tão forte… parece fluir perfeitamente, do fundo da alma para a imensidão do Universo!

Simplesmente adoro a sonoridade destas três letras juntas e acho interessantíssimo o facto de este nome ser uma capicua! Já pensaram? É dos poucos nomes que se lêem da mesma forma da frente para trás e de trás para a frente! Como se de um nome com equilíbrio perfeito se tratasse! E falando em Universo e equilíbrio, não posso esquecer que Ara é o nome de uma constelação do Hemisfério Sul! E se adoro nomes relacionados com a Natureza, por nomes celestiais tenho efetivamente uma paixão bem desenvolvida!

Em Portugal e no Brasil, a terminação –ara é bastante comum em nomes femininos (como, Lara, Iara ou Sara, que também aprecio), e em alguns países Ara é mesmo utilizado como nome feminino ou como diminutivo de Aurora ou Arabela. No entanto, Ara é um nome masculino e disso não tenho dúvidas nenhumas!

Ara, em latim significa altar, e na Mitologia Grega era identificado como o altar onde os deuses faziam oferendas e alianças com os Titãs, antes de os derrotarem. Foi esta forma de altar que inspirou Ptolomeu a nomear a constelação de Ara, onde a Via Láctea representava o fumo que se elevava do mesmo. Em mitologias orientais, Ara era uma divindade em forma de pássaro que sobrevoou um grande território de água com o seu irmão gémeo Irik, e encontrando dois ovos mágicos no mar, Ara pegou num e criou o Céu, enquanto o seu irmão criou a Terra. Juntos, criaram os Homens, trazendo-os à vida através dos seus cânticos melodiosos! Que história encantadora sobre a origem do Mundo!

Mas Ara é também uma palavra arménica, que significa rei! E na Arménia e países circundantes é conhecidíssima a lenda de Ara, o Belo! Conta-se que Ara governava o Reino de Ararat e a sua beleza era tão mítica que instigou uma guerra, pois a rainha assíria insistia em raptá-lo! Um pouco à moda de Helena de Tróia, não estivessem os géneros trocados e Ara claramente não apaixonado pela sua pretendente!

Joana Recharte.

Qual a vossa opinião acerca deste nome tão incomum entre nós?